Leite sugere criação de modelo de distanciamento sustentável no RS

Leite sugere criação de modelo de distanciamento sustentável no RS

Governo aguarda propostas de setores da economia para implementar iniciativa até o início de maio

Correio do Povo

Leite detalhou os critérios que serão usados na elaboração do distanciamento social controlado

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Em nova coletiva sobre a situação da pandemia do novo coronavírus no Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite revelou nesta terça-feira alguns critérios para a elaboração de um modelo de distanciamento social controlado. Segundo ele, a iniciativa ainda depende de proposições de setores da economia gaúcha, que poderão enviar ideias e sugestões à administração estadual até a próxima semana. De acordo com o Executivo, a implementação desta etapa do combate à Covid-19 deverá ocorrer na primeira semana de maio. 

"Precisamos do envolvimento da comunidade e das forças gaúchas para este próximo passo. Queremos criar uma estratégia mista, modulada e pactuada para retomar a vida. Não é uma flexibilização aleatória, não é volta à normalidade. Para evitar mortes, nós vamos conviver mais tempo com medidas restritivas, ainda que não seja razoável que a gente mantenha restrições rigorosas durante muito tempo. Se não fizermos nada, porém, muitas pessoas morrerão. Queremos um modelo de distanciamento sustentável, e precisamos desta sustentabilidade, que permita a proteção à vida e a manutenção da atividade econômica. É equilíbrio que estamos buscando", destacou Leite. 

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Conforme Eduardo Leite, o plano de distanciamento social controlado é possível a partir da obtenção de informações sobre o histórico do vírus e do controle de leitos em 300 hospitais em solo gaúcho. O governador sublinhou que o planejamento envolve o aumento da capacidade do sistema de saúde. "Não podemos perder vidas por falta de atendimento. Estamos lutando para evitar a sobrecarga do sistema", disse. 

Dentro da iniciativa do governo estadual para a nova etapa do distanciamento social, será necessário o diagnóstico de cada região do Rio Grande do Sul, considerando o nível de transmissão e a capacidade do sistema de saúde. Além disso, há também o uso de cores (verde, amarelo, laranja e vermelha), que irão determinar o risco em cada região, sendo a bandeira verde indicando uma maior flexibilização de medidas e a bandeira vermelha apontando para a necessidade de uma maior restrição. "A segmentação regional nós teremos a partir do nível de transmissão da doença e a capacidade de resposta do sistema de saúde em determinada região. Se naquela localidade, o nível de contaminação é alto e a resposta da saúde é baixa, é considerado um lugar de alto risco, portanto, a bandeira poderá ser vermelha", explicou. 

Segmentação setorial 

Outro critério que será usado na elaboração do distanciamento social controlado é o da segmentação setorial, categorizando as atividades econômicas por setor segundo risco de transmissão e a importância econômica relacionada às peculiaridades de cada região. 

Um dos exemplos usados por Leite foi da área do varejo, cujo setores serão agrupados para avaliação do risco de contaminação e da relevância. "Estes critérios irão definir os protocolos para esta área da economia. Outros itens serão considerados na análise e alguns deles são a circulação de pessoas, natureza da atividade e número de funcionários, além da contribuição para economia", colocou. "Também será considerada a natureza da atividade. Se são serviços online, são de baixo risco. Se são eventos com aglomerações, são de alto risco", acrescentou. 

Coletiva 

Ao ser questionado sobre a postura presidencial em relação à abertura do comércio e de escolas nos estados, Eduardo Leite reiterou que os critérios estipulados pelo governo local é que vão definir o nível de abertura de cada região. "Os protocolos é que vão definir isso, conforme o nível de transmissão e a capacidade de resposta do sistema de saúde. Não é um sentimento ou vontade pessoal. Respeito o desejo do presidente (Jair Bolsonaro), mas isso será feito com protocolos. As aulas só retornarão quando tivermos a segurança dos níveis mais baixos de contaminação", argumentou. 

Leite também chamou a atenção para uma "leitura equivocada" da pandemia. "Tenho observado que algumas pessoas têm feito uma leitura equivocada do novo coronavírus. O vírus não vai passar, ele está entre nós. Vamos conviver com ele e precisamos do apoio da sociedade e da comunidade para evitar que o volume de contágio ultrapasse a capacidade hospitalar", ponderou. 

Leite ainda apontou que a metade de 2020 será de dificuldades para o Rio Grande do Sul em relação à pandemia. "Em junho, vamos viver um momento difícil e julho será um período ainda mais crítico. Se não houvesse o distanciamento social, nós teríamos, ao final do mês de abril, 350 mortes. Apenas lembrando que o vírus não vai passar. Não é uma questão de ficar em casa e tudo bem. Vamos ter que mudar hábitos e nos distanciar, até porque uma vacina demora para ser criada e distribuída", completou. 

 

 

 

Como prevenir o contágio do novo coronavírus 

De acordo com recomendações do Ministério da Saúde, há pelo menos cinco medidas que ajudam na prevenção do contágio do novo coronavírus:

• lavar as mãos com água e sabão ou então usar álcool gel.

• cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir.

• evitar aglomerações se estiver doente.

• manter os ambientes bem ventilados.

• não compartilhar objetos pessoais.


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