Leite: uso eleitoral da vacina "é imoral, oportunista e antiético"

Leite: uso eleitoral da vacina "é imoral, oportunista e antiético"

Após repercussão negativa, governador buscou esclarecer conversa com Doria sobre início da campanha

Mauren Xavier

Após repercussão negativa, governador buscou esclarecer conversa com Doria sobre início da campanha

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A forte repercussão nas redes sociais, internamente no PSDB e de adversários, fez com que o governador Eduardo Leite voltasse a negar publicamente que tivesse pedido ao governador paulista, João Doria, seu adversário nas prévias tucanas, que adiasse o início da vacinação contra a Covid-19. Em coletiva, Leite considerou que o uso eleitoral da vacina é "imoral, oportunista, antiético e mesquinho", em um possível recado ao colega Doria, que chegou a ser chamado "pai da vacina". 

Enfatizou que "jamais faria um pedido dessa natureza no Brasil", em relação ao possível pedido de adiamento. Leite esclareceu que o momento da conversa era de "estresse" de cunho político em relação à vacinação e também do negacionismo. "Foi um esforço de conciliação política para dar a largada", pontuou. E complementou dizendo ser evidente que "houve um interesse político" na divulgação da conversa. 

A tensão acirra ainda mais o clima para as prévias, marcadas para domingo, que definirá o candidato do partido à presidência da República. O assunto veio à tona na quarta-feira, com publicação de uma reportagem, na qual, Leite diz ter conversado com Doria, dois dias antes da autorização da Anvisa para o início da vacinação contra a Covid-19, em janeiro deste ano. 

Entenda o caso

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Leite ligou para Doria, no dia 15 de janeiro de 2021, e teria repassado uma manifestação do então chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, para que a vacinação fosse coordenada nacionalmente. A conversa foi publicada como um pedido de adiamento da vacinação. O que o governador gaúcho negou. 

Dois dias depois da conversa, em 17 de janeiro, a Anvisa deu autorização para que a Coronavac, que teve a articulação do Instituto Butantan, do governo paulista, fosse utilizada no Brasil. No mesmo dia, Doria deu início à aplicação do imunizante, assumindo a dianteira na campanha. No Rio Grande do Sul, a primeira dose foi aplicada no dia seguinte, 18 de janeiro.  

 


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