Levy Fidelix é condenado a pagar R$ 1 milhão por declarações homofóbicas
Decisão é de 1ª instância, ex-candidato à presidência ainda pode pedir recurso
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A juíza Flavia Poyares Miranda, responsável pela decisão, determinou ainda que Fidelix e o PRTB 'promovam um programa, com a mesma duração dos discursos do requerido, e na mesma faixa de horário da programação, que promova os direitos da população LGBT, no prazo de trinta dias a partir da publicação da presente sentença, fixando-se multa no valor de R$ 500 mil'. A ação civil foi ajuizada pela Defensoria Pública após um debate na TV Record, em setembro de 2014, no qual Fidelix respondeu a uma pergunta sobre violência contra homossexuais.
Com declarações irônicas e enfáticas, o candidato disse que nunca viu procriação entre pessoas do mesmo sexo e que preferiria perder votos a apoiar homossexuais. As falas causaram risos e manifestações de indignação da plateia. À Justiça, Fidelix afirmou que não incitou o ódio, mas sim manifestou seu pensamento em debate eleitoral televisivo.
Após ouvir a pergunta da candidata Luciana Genro (PSOL), Levy afirmou: "Jogo pesado esse aí agora. Nesse, jamais eu poderia entrar". "Aparelho excretor não reproduz", afirmou, causando indignação em alguns integrantes da plateia. "Como é que pode um pai de família, um avô, ficar aqui escorado porque tem medo de perder voto? Prefiro não ter esses votos", disse ainda o candidato.
Líderes petistas riram algumas vezes, mas também reagiram com surpresa. "Como é possível uma coisa dessas?", perguntou um petista. Também houve risos entre os aliados de Marina, mas entre críticas e manifestações de indignação. "Que tristeza esse nível", disse uma integrante da equipe do PSB. "O pior que a maioria do eleitorado pensa assim" replicou outra pessoa do partido.
Durante a resposta, Levy defendeu o enfrentamento a "essas minorias": "Vamos ter coragem, somos maioria, vamos enfrentar essas minorias". "Instrua seu filho, instrua seu neto", pediu o candidato ao público.
Fidelix tentou "ilustrar" sua opinião citando o caso do ex-arcebispo polonês Jozef Wesolowski, preso pelo Vaticano acusado de pedofilia. "Eu vi agora o Vaticano expurgar um pedófilo", afirmou, sem citar o nome do religioso. Luciana respondeu que defende todas as famílias e o que importa é que as pessoas se amem. "Vamos enfrentar essa minoria, vamos ter coragem. Esses, que tem esses problemas, que sejam atendidos por planos psicológicos e afetivos, mas bem longe da gente", retrucou na tréplica, sem especificar se falava de homossexuais ou pedófilos.