Lewandowski encaminha à PGR notícia crime contra Jair Bolsonaro

Lewandowski encaminha à PGR notícia crime contra Jair Bolsonaro

Pedido de inquérito foi feito depois de suposta tentativa do presidente de intimidar servidores da Anvisa 


R7

Ministro Ricardo Lewandowski vota em favor da obrigatoriedade da vacina

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O ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), encaminhou à PGR (Procuradoria-Geral da República) uma notícia crime contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por supostamente tentar intimidar servidores da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A publicação da decisão do ministro ocorreu nesta segunda-feira, mas o documento foi enviado ao MPF (Ministério Público Federal na última sexta-feira. O MPF fica responsável por avaliar se há indícios de crime e propor — ou não — a abertura de um inquérito.

Durante live transmitida no dia 16 deste mês, Bolsonaro teceu críticas à decisão da Anvisa e anunciou ter pedido "extraoficialmente o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de 5 anos". "Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas para que todo mundo tome conhecimento quem são essas pessoas e forme o seu juízo", disse o presidente.

A fala foi interpretada como uma forma de intimidação e levou várias associações a se manifestarem em defesa do trabalho realizado pela Anvisa. O órgão citou as ameaças de morte que diretores têm sofrido desde o fim de outubro deste ano e destacou que o "ambiente de trabalho é isento de pressões internas e avesso a pressões externas". O pedido de investigação das declarações de Bolsonaro foi apresentado ao Supremo na quarta-feira passada pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).

A Procuradoria-Geral da República afirmou em 19 de dezembro que havia determinado que fossem adotadas providências no sentido de contribuir para assegurar a proteção dos dirigentes da Anvisa. O anúncio foi feito depois de a agência relatar que seus dirigentes voltaram a receber ameaças após darem aval para o uso da vacina contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos. A PGR disse que "comunicações anteriores acerca de situações assemelhadas foram diligentemente tratadas por membros do Ministério Público Federal no Distrito Federal e no Paraná, que contam, no tema, com o zeloso trabalho da Polícia Federal."


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