Lockdown depende de apoio unânime de setores de Porto Alegre, diz Marchezan

Lockdown depende de apoio unânime de setores de Porto Alegre, diz Marchezan

Prefeito afirmou que medida teria o objetivo de frear a circulação pessoas e não apenas restringir as atividades econômicas

Correio do Povo

Prefeito Nelson Marchezan Jr. falou sobre as ações de enfrentamento à pandemia em entrevista à Radio Guaíba

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O lockdown – medida de máxima restrição à circulação de pessoas e atividades econômicas – ainda é uma possibilidade dentro das ações de enfrentamento ao coronavírus em Porto Alegre. Em entrevista à Rádio Guaíba, na tarde desta segunda-feira, o prefeito Nelson Marchezan Jr. afirmou que “lockdown apenas por decreto” não tem efeito, mas que a medida precisaria de um consenso e apoio unânime entre os setores econômicos, gestores de hospitais e demais articulações da sociedade.

“Talvez o lockdown seria uma alternativa para o isolamento social. Mas sem o apoio unânime, seria uma decisão sem o reflexo adequado. O interesse não é o lockdown de restrição econômica, e sim a circulação do vírus”, disse em entrevista. Na avaliação do prefeito, as últimas restrições impostas pelo governo municipal, há mais de um mês, não diminuíram a demanda por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs). Para Marchezan, a perspectiva da Prefeitura de diminuir as restrições é de médio prazo.  

Em entrevista, Marchezan também falou da necessidade de maior “consciência” entre os setores econômicos – o que chamou de falta de um “cálculo pragmático” entre empresários. Para ele, uma atividade restritiva à população seria “positiva”, mas que medida teria que ter o aval destes empresários.  

O prefeito também descartou a possibilidade de um lockdown de curto prazo, como o implantado pela prefeitura de Alegrete, que durou apenas no fim de semana. “Administrando circulação de pessoas por um ou dois dias não têm resultado efetivo epidemiologicamente falando”, afirmou. 

O chefe do Executivo disse que realiza reunião com os gestores hospitalares e entidades empresariais uma ou duas vezes por semana buscando alternativas “de preferência menos restritivas às atividades econômicas” para frear a circulação de pessoas na Capital. 

Sobre a proposta de implementar um rodízio de circulação por placas de veículos particulares em Porto Alegre, como foi aplicado em São Paulo, Marchezan disse que medida deixou de ser uma possibilidade por falta de dados concretos da eficácia. “Não seria correto impor essa restrição sem ter dados que indiquem que irá melhorar e proteger os porto-alegrenses. Neste momento, decidimos não proceder no rodízio de placas. Se tivermos dados que indicam que o rodízio, por mais impopular que seja, traga resultados nós vamos implementar”, afirmou.


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