"Lula está sereno, porém, indignado", afirma advogado após entregar passaporte

"Lula está sereno, porém, indignado", afirma advogado após entregar passaporte

Defesa adiantou que vai recorrer da decisão por ferir direito de ir e vir do ex-presidente

AE

Defesa adiantou que vai recorrer da decisão por ferir direito de ir e vir do ex-presidente

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O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Luiz Inácio Lula da Silva, disse a jornalistas, após deixar a sede da Policia Federal em São Paulo, no final da manhã dessa sexta-feira que a decisão da Justiça em apreender o passaporte do petista não tirou a sua serenidade. "Lula está sereno, mas, como toda pessoa que sofre uma restrição indevida de seus direitos, é natural que exista um sentimento de indignação", emendou. O advogado permaneceu por pouco mais de uma hora na sede da PF.

Zanin reiterou que ficou "estarrecido" com a ordem de apreensão do passaporte, que a medida não se justifica e adiantou que vai recorrer da decisão, "até porque foi baseada em um processo que não está sob a jurisdição do juiz que determinou essa medida". Segundo o advogado, a proibição fere o direito de ir e vir do presidente, que está assegurada pela Constituição Federal e por tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário. "O próprio Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) não se opôs à viagem, que foi comunicada com antecedência", explicou.

O confisco do documento foi autorizado pelo juiz federal Ricardo Soares Leite, da 10ª Vara de Brasília, onde Lula é réu na Operação Zelotes por suposto tráfico de influência e lavagem de dinheiro na compra de caças suecos no governo Dilma Rousseff. Em sua decisão, o juiz afirmou ver "real e iminente probabilidade" da prisão do petista após o TRF- 4 manter a condenação imposta pelo juiz Sergio Moro no caso do tríplex do Guarujá e ampliar a pena de 9 anos e meio para 12 anos e um mês de reclusão.

Lula viajaria na madrugada desta sexta-feira para a Etiópia, a convite da União Africana para participar de um encontro com líderes mundiais. A viagem ficou prejudicada e "o Brasil deixou de levar seu know-how ao evento", argumentou Zanin, acrescentando não ter conhecimento de outros compromisso internacionais do petista. O advogado afirmou que os recursos serão apresentados "no momento adequado" ao TRF-1, de onde partiu a decisão. "Tomaremos todas as medidas cabíveis para reverter a decisão e questionaremos a competência do juiz para tratar de assuntos relativos a um processo que corre na Justiça do Rio Grande do Sul".


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