Lula quer acesso a acordo bilionário entre PGR e Petrobras

Lula quer acesso a acordo bilionário entre PGR e Petrobras

Requerimento foi anexado ao processo sobre supostas propinas da Odebrecht

AE

Requerimento foi anexado ao processo sobre supostas propinas da Odebrecht

publicidade

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao juiz federal Luiz Antonio Bonat, da Operação Lava Jato, acesso ao acordo bilionário firmado entre o Ministério Público Federal, a Petrobras e o Departamento de Justiça norte-americano para criação de um fundo anticorrupção. A estatal depositou R$ 2.567.756.592,00 em conta vinculada à 13ª Vara Federal de Curitiba, em cumprimento ao acordo feito com os procuradores.

O requerimento de Lula foi anexado ao processo sobre supostas propinas da Odebrecht. A Lava Jato afirma que as vantagens indevidas incluiriam um terreno para abrigar o Instituto Lula e um apartamento em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.

A Petrobras é assistente de acusação do Ministério Público Federal nas ações penais da Lava Jato, inclusive neste processo. A Justiça Federal do Paraná considera a estatal "vítima lesada" do esquema bilionário de corrupção e propinas instalado na instituição. A defesa do petista relatou a Bonat que, em 2017, contestou a habilitação da estatal como assistente de acusação. Na avaliação dos advogados, a Petrobras "não poderia ser considerada vítima, pois, segundo a Procuradoria, diretores, gerentes e outros funcionários teriam concorrido para ocorrência dos supostos delitos praticados no âmbito da sociedade de economia mista, e que os sistemas de controle de companhia não teriam funcionado".

Os advogados afirmam que um trecho do acordo afirma que, "segundo decisões judiciais proferidas pelo Judiciária brasileira, a Petróleo Brasileira S.A. - Petrobras (Petrobras) foi vítima e diretamente lesada por ilícitos praticados em seu desfavor". Em outra parte, o texto descreve que a estatal "respondia a procedimentos administrativos nos Estados Unidos da América e, por conta de singularidades e particularidades do respectivo ordenamento jurídico" e que celebrou um acordo com autoridades norte-americanas "em razão de certas condutas praticadas" por funcionários. Os defensores de Lula afirmaram ao novo juiz da Lava Jato que há contradição no acordo.

Segundo a defesa, o acesso ao material é "relevante para que seja analisada a efetiva posição da Petrobras" na ação sobre as supostas propinas da Odebrecht e também "para a análise das condutas atribuídas" a Lula na denúncia que levou à abertura da ação. 


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895