Mônica Leal denuncia postura machista no Legislativo

Mônica Leal denuncia postura machista no Legislativo

Pressão sobre a presidente da Câmara de Vereadores teria aumentado a partir do pedido de impeachment do prefeito

Luiz Sérgio Dibe

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A presidente da Câmara de Vereadores da Capital, Mônica Leal (PP), utilizou sua fala na cerimônia do movimento Mulher Progressista, neste sábado, para denunciar o que tem qualificado como "postura machista" a qual estaria sendo adotada por parte de seus colegas no Legislativo. "O comportamento machista, que tanto nos provoca a fazermos reflexões, tem se expressado de diferentes formas nos últimos acontecimentos políticos na Câmara", pontuou.

Sem citar detalhes, a vereadora disse, quase em tom de desabafo, que tem mantido seu empenho em assegurar o cumprimento dos ritos na Casa, sem se deixar influenciar por "insinuações, ofensas e tentativas de intimidação" a ela. Mônica Leal tem sido questionada acerca de seus atos, desde que desentendimentos políticos passaram a afastar os vereadores progressistas da base de governo do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB).

A pressão sobre a presidente intensificou-se a partir da chegada, na Câmara, de um pedido de impeachment do prefeito, na semana retrasada, o qual, apesar de ter sido rejeitado em plenário, abriu caminho para a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre atos da Prefeitura. Aliados do Executivo atribuem a apresentação do pedido a uma tentativa de retaliação pelo afastamento dos progressistas de cargos que ocupavam na Administração. Os denunciantes teriam ligação com o PP.

Na última quinta-feira, uma nova frente de enfrentamentos se instalou, desta vez, por conta de uma ordem da Justiça para que imagens das câmeras de monitoramento do dia em que os denunciantes teriam entregue o relatório que acompanhou o pedido de impeachment foi entregue. Aliados de Marchezan dizem suspeitar que o documento não foi entregue na data declarada e que o processo teria sido acelerado pela presidente. Sem a cedência das imagens, vereadores acionaram a Justiça, que concedeu liminar permitindo a checagem das gravações.

Mônica Leal chegou a cogitar a entrega das imagens, mas disse ter sido orientada pelo assessoramento jurídico da Casa a recorrer no Judiciário, sob o argumento de evitar a exposição de terceiros por conta da situação. Segundo as regras da Câmara, gravações de videomonitoramento só podem ser compartilhadas com outras autoridades em caso da necessidade de apuração de algum delito ocorrido nas dependências do Legislativo.


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