Macri não vem para posse, mas se encontra com Bolsonaro dia 16

Macri não vem para posse, mas se encontra com Bolsonaro dia 16

Recuperação da economia argentina depende, em boa parte, do desempenho do Brasil

Agência Brasil

Presidente da Argentina está de férias com a família na Patagônia

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O presidente da Argentina, Mauricio Macri, só vai se encontrar com Jair Bolsonaro no próximo dia 16 de janeiro, duas semanas depois que ele assumir a Presidência do Brasil. Macri está de férias com a família na Patagônia, preparando-se para enfrentar um ano difícil, em que terá que zerar o déficit fiscal, reduzir a inflação anual de quase 45% e tentar se reeleger para um segundo mandato.

Na posse de Bolsonaro, nesta terça-feira, a Argentina será representada pelo ministro das Relações Exteriores, Jorge Faurie. Bolsonaro será o terceiro presidente brasileiro desde dezembro de 2015, quando Macri assumiu a presidência, com a promessa de recuperar a economia. Mas isso depende, em boa parte, do desempenho do Brasil, "sócio estratégico" e maior parceiro comercial da Argentina. Tanto Macri, quanto Faurie já deixaram claro que para os argentinos a estabilidade politica e o crescimento econômico no país vizinho são fundamentais.

O maior desafio da Argentina, hoje, é cumprir as metas estabelecidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), para continuar recebendo os desembolsos trimestrais de um empréstimo de 56,3 bilhões de dólares, que o país negociou para fazer frente à crise cambial. Entre as promessas a serem cumpridas está a redução dos gastos públicos. Em 2019, o governo não poderá gastar mais do que arrecada e terá que fazer um ajuste, em ano de campanha eleitoral.

Na semana passada, o governo anunciou mais um ajuste de preços: o transporte aumentará 40%, a luz 43%, e o gás 35%. A notícia foi mal recebida em um pais onde a economia encolheu quase 2% este ano e a inflação acumulada, até novembro, chegou a 43,9%.

Venezuela

A crise migratória venezuelana é um dos temas que preocupa tanto o Brasil quanto a Argentina. Anos de desabastecimento, uma hiperinflação de um milhão por cento, e o avanço do presidente venezuelano, Nicolas Maduro, sobre as demais instituições democráticas, já expulsaram três milhões de pessoas do país, que ainda é dono de uma das maiores reservas de petróleo do mundo.Reeleito em maio, numa votação questionada pela oposição e por boa parte da comunidade internacional, Maduro assume seu segundo mandato no dia 10 de janeiro.

Outro tema que interessa a ambos é o futuro do Mercosul, integrado também por Paraguai e Uruguai. O que esté em discussão é uma forma de manter o bloco regional, mas encontrar uma fórmula que facilite a abertura dos mercados de seus membros a terceiros mercados.

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