Maia diz que não é pré-candidato e que aprovação da Previdência em fevereiro é 'viável'

Maia diz que não é pré-candidato e que aprovação da Previdência em fevereiro é 'viável'

Presidente da Câmara pretende começar a discussão da reforma em 5 de fevereiro

AE

Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia

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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que é "viável" a aprovação da reforma da Previdência em fevereiro deste ano. "É viável, porque cinco governadores já não pagaram décimo terceiro (salário) e, se a situação continuar, vai aumentar isso", afirmou neste domingo em conversa com jornalistas em Nova Iorque. Ele ressaltou ainda que não é candidato à Presidência da República. "Eu não sou candidato", disse para jornalista.

"A capacidade de investimento dos Estados é muito pequena. A cada três meses aparece algum pleito de governo de Estado tentando aprovar alguma lei para aprovar um fluxo de caixa de curto prazo", disse. "O que eu tenho dito a eles é que não adianta mais a gente encontrar soluções de curto prazo se nós não reestruturarmos as contas públicas brasileiras."

Maia afirmou que sua consideração foi bem recebida pelos governadores. "Estive com o governador Fernando Pimentel (MG) no fim do ano, essa semana com o governador Raimundo Colombo (SC), e a gente espera nos próximos dias retornar ao Brasil e conversar com outros governadores para ter as condições necessárias de aprovação da reforma", disse. 

Sem votos suficientes para aprovação, o governo costurou em dezembro um acordo com Maia e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), adiando a data de início da votação da reforma da Previdência. A ideia é usar as próximas semanas para conquistar votos até uma margem considerada "confortável" com mais que os 308 votos necessários para aprovar o texto. Maia sempre resistiu em marcar a votação enquanto não tivesse segurança sobre o apoio à reforma.

O presidente da Câmara pretende começar a discussão, com leitura do relatório da PEC em 5 de fevereiro e retomar os trabalhos após o carnaval. O plano é votar no dia 19 de fevereiro, caso haja margem mínima que garanta a aprovação.

Dificuldade

Maia, contudo, ressaltou que aprovar a reforma da Previdência em fevereiro não será uma tarefa fácil. "Sempre fui muito realista com esse tema." Segundo ele, o governo tinha 360 deputados na base no fim de 2016, mas o número foi reduzido para 250 quando o governo conseguiu barrar na Câmara a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer feita pela Procuradoria-Geral da República. "Então, você tem de recompor 70, 80 votos, porque a decisão do governo depois da votação da primeira denúncia foi afastar quem não votou a favor do presidente."

Segundo Maia, para reconstruir uma "base sólida" com 320 ou 330 deputados será preciso "muito diálogo, do envolvimento de outros políticos, como os governadores, que serão beneficiados diretamente." Maia está em viagem aos EUA e hoje terá um encontro com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, quando tratará, entre outros temas, da questão que envolve refugiados da Venezuela no Brasil e o interesse da ONU de que tropas brasileiras sejam enviadas à África.

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