"Mais efetividade ao governo no comando da Petrobras', diz Barros sobre Lei das Estatais

"Mais efetividade ao governo no comando da Petrobras', diz Barros sobre Lei das Estatais

Câmara discute alterar norma que impede a nomeação de políticos a cargos de diretores e conselheiros dessas empresas

R7

Líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-AL)

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O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-AL), afirmou que um dos objetivos da proposta de mudança da Lei das Estatais, que pode ser feita por meio de medida provisória (MP), é flexibilizar os critérios para indicação de integrantes da diretoria e do conselho da Petrobras. Barros disse que esta foi uma solicitação dos líderes da base do governo apresentada em reunião na segunda-feira (20).

"Foi feita uma solicitação pelos líderes da base do governo pedindo que o governo tomasse uma providência e alterasse a lei [das estatais] naquilo que permitisse que o governo tivesse mais efetividade no seu comando [da Petrobras]. O governo manda na Petrobras, só que ele demite, a pessoa não sai; ele nomeia, a pessoa nao entra", afirmou.

Barros ressaltou que é preciso entender "exatamente quais mecanismos precisam ser alterados e se são possíveis de ser alterados". Segundo ele, equipes técnicas do governo estão trabalhando para apontar quais alterações seriam e se é possível fazê-las por meio de MP. Um parecer técnico será elaborado pela Secretaria de Governo e pela Casa Civil.

O líder ressaltou que é preciso "entender no contexto todo do arcabouço legal que envolve a nomeação e indicação das pessoas".

"Mas também a atuação dessas pessoas mediante o compliance e as exigências das bolsas de valores, que limitam a atuação desses conselheiros e diretores dentro de uma regra geral de empresas listadas na bolsa. [A questão é] como poderemos conciliar essas amarras com um desempenho mais efetivo da ação social, do objetivo social que a empresa tem por ser uma empresa estatal", disse.

Barros ressaltou que "se a empresa é pública [ou sociedade de economia mista, como é o caso da Petrobras], ela tem que olhar para o seu patrão, que é o contribunte brasileiro, e agir nessa direção". Este argumento tem sido fortemente usado pelo governo. Em meio a pressões sobre a estatal, houve na segunda-feira (20) o pedido de demissão de José Mauro Coelho da presidência da empresa.

Questionado sobre a posição do Ministério da Economia, Barros não respondeu. Em seguida, afirmou apenas que a Secretaria de Governo e a Casa Civil são os órgãos de articulação do governo, que ouvem todos os ministérios e ponderam as opiniões. "É assim que funciona nosso posicionamento na Casa. Vale a posição da Secretaria de Governo, independente de divergência entre ministérios", disse.

A Lei das Estatais foi alterada em 2016, durante a gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB). Dentre as mudanças, o Congresso estabeleceu novas regras para a nomeação de diretores e conselheiros de empresas públicas, proibindo a indicação de pessoas com atuação partidária ou que estejam em cargos políticos.

Outra questão que a Câmara discute mudar é a política de preços adotada pela Petrobras. Atualmente, o modelo adotado é a polícia de paridade internacional (PPI), que faz com que os preços dos combustíveis acompanhem a variação do barril de petróleo no mercado internacional. Este ponto tem mais concordância por parte das diferentes bancadas.


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