MDB não quer ser base, quer ter uma agenda, diz Romero Jucá

MDB não quer ser base, quer ter uma agenda, diz Romero Jucá

Presidente do partido afirmou ainda que não se faz política sem diálogo

AE

Presidente do MDB afirma ser favorável à reforma, mas lembra que questões específicas precisam ser discutidas

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 Após se reunir com o presidente Jair Bolsonaro, o presidente do MDB, Romero Jucá, admitiu que é preciso construir uma "nova modelagem na relação política", pois a antiga foi "vencida pelas urnas". Jucá não conseguiu se reeleger como senador na última eleição, após três mandatos consecutivos.

O emedebista deixou claro que o partido não quer fazer parte da base aliada do governo e não garantiu apoio irrestrito à reforma da Previdência. Apesar do discurso sobre a nova forma de atuação, Jucá rebateu críticas de Bolsonaro em relação ao que chama de "velha política" e defendeu o diálogo entre o governo, os partidos e parlamentares. Segundo o emedebista, "Bolsonaro acabou concordando que o que vale é a boa política".

"Não existe nova ou velha política, existe política", defendeu Jucá durante coletiva de imprensa. Jucá reforçou que o MDB não tem interesse em integrar formalmente a base aliada do governo e não está em busca de cargos em ministérios, mas quer propor uma agenda "econômica e social" ao governo. "Ser ou não ser da base é uma questão passada, discussão agora é temática", disse.

"O MDB não quer ser base, quer ter uma agenda", reiterou. Também declarou que "não se faz política sem diálogo" e o MDB estará disposto a conversar com o governo. "Com diálogo, tem menos chance de errar. E sei que o governo quer acertar."

O ex-senador elogiou Bolsonaro por chamar os dirigentes partidários para conversar e disse que ele foi "simpático". O gesto, na visão dele, "mostra uma mão estendida e um desprendimento". "O governo pode ter equívocos, mas tem que ter agilidade para corrigi-los", avaliou.

O governo Bolsonaro tem sido criticado pela falta de interlocução com o Congresso e enfrenta dificuldades para viabilizar a reforma da Previdência. Sobre a proposta, lembrou que a reforma da Previdência foi apresentada durante a gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB).

O apoio, no entanto, possui restrições. "Sou favorável à reforma, mas questões específicas precisam ser discutidas." Assim como partidos como o PSDB, os emedebistas são contra as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC), que é pago para idosos e deficientes de baixa renda, e alterações propostas na aposentadoria rural.

Jucá fez ponderações sobre trechos da proposta que tratam do modelo de capitalização. Para Jucá, o modelo apresentado precisa ser discutido porque "não está claro e não está ajustado".


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