Melo eleva tom das cobranças contra OAS e ameaça desapropriar estádio Olímpico

Melo eleva tom das cobranças contra OAS e ameaça desapropriar estádio Olímpico

Prefeito promete enviar um projeto de lei para alterar o regime urbanístico da Azenha

Felipe Samuel

Área do estádio Olímpico, em Porto Alegre, está abandonada

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Um dia após a prefeitura de Porto Alegre anunciar que vai entrar com ação conjunta com o Ministério Público a fim de garantir a execução do acordo firmado com a OAS em abril de 2021, que determina a retomada nas obras de contrapartida no entorno da Arena, o prefeito Sebastião Melo voltou a elevar o tom das cobranças contra a construtora. Nesta quarta-feira, ele ameaçou desapropriar o terreno do estádio Olímpico, na Azenha, caso a OAS não cumpra os acordos de contrapartida firmados com o município.

Sem avanços nas obras do entorno da Arena e com o abandono dos oito hectares da área do estádio Olímpico, Melo promete enviar um projeto de lei para a Câmara para alterar o regime urbanístico da Azenha. “Vou tirar o regime urbanístico se eles não cumprirem. Com isso, esta área que valia R$ 200 milhões, passa a valer um valor muito menor. Com isso eu posso desapropriar o terreno, depois dar índice e vender”, afirmou. "Hoje a OAS é uma especuladora imobiliária do Olímpico. Então isso não dá", disparou.

De acordo com o prefeito, a prefeitura também vai determinar um prazo para a retomada das obras no entorno da Arena que envolvem, entre outras coisas, melhorias nas avenidas A.J. Renner e Padre Leopoldo Brentano, além da rua José Pedro Boéssio; a construção do quartel para o 11º BPM e da Estação de Bombeamento de Esgoto (EBE). Um grupo de trabalho da prefeitura também foi criado para analisar a situação a partir da próxima semana. "Vou dar um prazo para a OAS apresentar um projeto definitivo", destacou.

Melo reforçou que as discussões sobre o tema se arrastam desde 2009. “Tem as contrapartidas do entorno da Arena também. Se eu vender aquela área (do Olímpico), vou botar o dinheiro para fazer as contrapartidas (no entorno da Arena). Tudo que foi assumido de compromisso no entorno da Arena não foi feito. Então daqui a pouco vender esse terreno e vou fazer as obras. É isso, é singelo. O interesse público tem que estar acima do interesse particular”, ressaltou.

O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, avalia que o prefeito está atuando de forma proativa para resolver o imbróglio jurídico. "O Grêmio reforça o compromisso com as suas responsabilidades de guarda patrimonial e limpeza do Estádio Olímpico. Além disso, o Clube entende que, como destinatária dos serviços que deveriam ser compensados pela construtora, a Prefeitura de Porto Alegre tem o dever de estabelecer este debate, como forma de preservar o patrimônio público e, em última instância, a população de Porto Alegre", disse o clube em nota.

A reportagem procurou a OAS e aguarda retorno para incluir posicionamento da empresa.


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