Ministro da Justiça defende política nacional a longo prazo no combate ao narcotráfico

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, declarou na manhã desta quarta-feira que o combate à criminalidade, em especial ao narcotráfico, requer que seja cortada “a linha de suprimento” e “a linha de comando” das organizações criminosas. “Uma política nacional de segurança pública precisa ser pensada a longo prazo e que não seja reação a um trauma ou tragédia do momento”, lembrou.

“Ela tem que ser factível e realista, com ações e efeitos concretas, abandonando ideologias e partidarismos”, complementou.

O ministro defendeu ainda a reestruturação da Secretaria Nacional da Segurança Pública, envolvendo as esferas federal, estadual e municipal, além da importância do compartilhamento entre as instituições com cooperação técnica de inteligência, engenharia, tecnologia e recursos financeiros. “É fundamental a participação de todos os mais diversos setores da sociedade”, enfatizou.

Como exemplo de dificuldade, ele citou a resistência dos municípios em receber presídios devido aos “discursos quase esquizofrênicos” em impedir a instalação de estabelecimentos prisionais. “Segurança pública não é assunto partidário”, advertiu.

No entender do ministro da Justiça e Segurança Pública, apenas a repressão não resolve a questão da criminalidade. Torquato Jardim considera fundamental engajar a sociedade, incluindo a família. “A repressão pela repressão gera mais repressão. É preciso atuação social, como escola, saúde e empoderar a sociedade civil organizada”, analisou. Ele concordou que não é uma tarefa imediata e, por isso, o Plano Nacional de Segurança Pública é de longo prazo. “O papel da União é de coordenação”, recordou.

Torquato Jardim participou da 66ª reunião ordinária do Colégio Nacional de Secretários Estaduais da Segurança Pública, realizada dentro do 7º Fórum Nacional de Tecnologia e Inovação na Segurança Pública, no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre. Na pauta do encontro o Plano Nacional de Segurança Pública, proposto pela Ministério da Justiça e que está sendo três capitais brasileiras, incluindo Porto Alegre.

Durante o evento, o ministro conversou com o secretário estadual da Segurança Pública do RS, Cezar Schirmer, e com o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, entre outras autoridades. Houve o acerto de que todos os meses os representantes regionais de Secretários Estaduais da Segurança Pública vão se reunir com o Ministério da Justiça em Brasília.