Ministro da Secretaria de governo: Bolsonaro queria "sangue novo" com troca na PF
Luiz Eduardo Ramos alegou que ideia do presidente era mudar ritmo de trabalho
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O ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, afirmou em depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira que a intenção do presidente Jair Bolsonaro em trocar o comando da Polícia Federal era para ter "sangue novo" na corporação e que ele acreditava que esta troca poderia "mudar o ritmo de trabalho da PF" O depoimento aos policiais federais foi realizado no Palácio do Planalto, durou cerca de 7 horas e foi acompanhado por representantes da PGR (Procuradoria Geral da República), da AGU (Advocacia Geral da União) e de um dos advogados que representa Sérgio Moro no processo.
Ramos também foi apontado pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro como uma das testemunhas no inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga uma suposta tentativa do presidente Jair Bolsonaro interferir na Polícia Federal.
Em outras salas, também no Palácio do Planalto e no mesmo horário, depuseram os ministros Walter Braga Netto, da Casa Civil, e o general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Instituciona. Pela manhã Moro, representantes da AGU, da PGR e do STF assistiram a reunião ministerial de 22 de abril, apontada pelo ex-ministro em seu depoimento, como prova das intenções de Bolsonaro de interferir na Polícia Federal.
Já prestaram depoimentos o ex-diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, além de Alexandre Ramagem, atual diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e um dos indicados por Bolsonaro para substituir Valeixo, mas barrado pelo STF, e o ex-superintendente da PF no Rio de Janeiro Ricardo Saad.