Ministro diz que vê com "estranheza" União Europeia acompanhar eleições

Ministro diz que vê com "estranheza" União Europeia acompanhar eleições

Carlos França diz que não faz sentido convidar organização da qual o Brasil não faz parte para observar o processo eleitoral

R7

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O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, disse nesta quarta-feira que não concorda com um convite para que a União Europeia acompanhe as eleições do Brasil neste ano. Ele declarou ver "com certa estranheza" a participação do bloco como observadora do processo eleitoral, visto que o Brasil não faz parte da organização.

Desde o início do ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem chamado uma série de entidades internacionais para observar as eleições de outubro. Uma delas foi a União Europeia, mas a Corte retirou o convite no início deste mês após o governo federal reclamar da participação do grupo.  

"Na União Europeia, eu vi com certa estranheza, porque eu acho difícil que nós possamos ter como observador eleitoral no Brasil uma organização da qual nós não fazemos parte. A União Europeia não costumar desdobrar missões eleitorais para as eleições dos seus próprios membros. Nós tivemos recentemente eleições em Portugal, na Hungria, e não houve lá uma missão eleitoral da União Europeia", ponderou França, em audiência na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara.

O TSE convidou, também, grupos como a Organização dos Estados Americanos (OEA), o Parlamento do Mercosul, a Rede Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o Centro Carter, a Rede Mundial de Justiça Eleitoral, a União Interamericana de Organismos Eleitorais (UNIORE) e a Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais (IFES) para acompanhar as eleições.

Segundo o chanceler, Bolsonaro não interferiu no assunto e coube ao Ministério das Relações Exteriores pedir ao TSE que a União Europeia não fosse convidada.. "Eu sei o que a imprensa diz, mas o presidente sequer chegou a tomar conhecimento desse assunto porque ele não é de alçada da Presidência da República, é um acordo que se faz entre o Itamaraty e essa organização internacional que venha a fazer esse trabalho de observação", destacou França.

Para ele, a ausência da União Europeia não deve causar problemas nas relações econômicas e institucionais que o Brasil mantém com os países que fazem parte do bloco. ".Quem sabe se avança um dia, mas nós nunca seremos membros da União Europeia. Podemos ter o acordo Mercosul-União Europeia. Eu acho que nós aqui podemos, sim, trabalhar com a OEA e com outros organismos, ter esse cuidado de observação eleitoral sem depender, vamos dizer, de uma organização que, digo, estranhamente, com seus próprios membros, não desdobra a missão eleitoral."


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