Ministros de Bolsonaro prestarão depoimento hoje à PF no caso Moro
Augusto Heleno, Walter Braga Netto e Luiz Eduardo Ramos vão depor no Palácio do Planalto sobre acusações contra Bolsonaro
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A Polícia Federal vai ouvir às 15h desta terça-feira (12) os ministros Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, Walter Braga Netto, da Casa Civil, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, como parte do inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal decorrente de acusações de interferência do presidente Jair Bolsonaro na PF.
Os ministros serão ouvidos por uma equipe de delegados e auxiliares no Palácio do Planalto, a poucos metros do gabinete do presidente da República. Isto corre pois eles têm o direito, devido o cargo que ocupam, de poderem prestar depoimento fora de uma unidade da Polícia Federal.
Os policiais federais devem colher os depoimentos simultaneamente e em salas separadas, onde advogados de Sérgio Moro devem acompanhar o processo, já que foram autorizados pelo STF a participar.
Os ministros, todos da ala militar, teriam presenciado o discurso do presidente contra Moro, caso ele não concordasse com a troca da direção-geral da PF, e também interagido no assunto em uma reunião ministerial de 22 de abril, cujo vídeo foi disponibilizado ao STF e foi assistido por partes do processo na manhã de hoje.
Apesar do procedimento, todas as testemunhas no processo tem assegurado pela Lei o direito de permancerem em silêncio permanecerem em silêncio, ou responder apenas os questionamentos que julgarem pertinentes.
Na quarta-feira (13), a deputada federal Carla Zambelli também será ouvida na parte da tarde, na sede da Polícia Federal em Brasília. Ela é apontada por Moro, que é seu padrinho de casamento, como interlocutora de Bolsonaro para tentar convencê-lo de aceitar a troca na liderança da PF e do superintendente do Rio de Janeiro.
Além disso, outras duas pessoas, ainda não reveladas, devem prestar depoimento à PF. O presidente Jair Bolsonaro também deve ser ouvido, mas somente após o relato todas as testemunhas, por ser réu no inquérito.