Moro defende fim da reeleição para presidente no Brasil

Moro defende fim da reeleição para presidente no Brasil

Ex-ministro acredita que modelo mais moderado de política seja o ideal para governar o país

Correio do Povo e Rádio Guaíba

publicidade

O ex-ministro Sergio Moro (União Brasil) defendeu o fim da reeleição para presidente no Brasil durante sua entrevista ao programa Agora, da Rádio Guaíba, nesta terça-feira. Na conversa, Moro afirmou que o ideal para se governar o país seja uma postura mais moderada, como uma opção aos "extremos", citando o presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Lula (PT). 

"Sou contra o semipresidencialismo. Igualmente contra a reeleição. Se eleito vou fazer uma proposta para acabar com a reeleição já em 2023. Entendo ser bom o voto distrital. Talvez com alguma questão de proporcionalidade para dar chance às minorias", disse.

O ex-ministro fez críticas ao governo Bolsonaro, afirmando que é necessária uma gestão com melhores resultados econômicos, assim como uma relação mais apropriada com Congresso. "Ou a gente muda a forma de fazer política e trabalha para ter um governo íntegro, e com uma relação saudável com o Congresso, ou a gente não vai adiante", destacou. 

Ainda sobre a polarização na eleição presidencial, Moro citou que tanto Bolsonaro quanto Lula representam risco à democracia brasileira. Citou no caso do ex-presidente o controle da mídia e, do atual, os ataques às instituições democráticas. 

Recentemente, o ex-ministro saiu do Podemos para integrar o União Brasil, fusão entre Dem e PSL. Em seus discursos, Moro frequentemente destacou sua intenção em concorrer a presidente da República este ano. Uma ala, do União, no entanto, quer que o ex-juiz se candidate a deputado federal. Sobre seus caminhos eleitorais em 2022, Moro disse estar aberto a opções, mas enfatizou sua força como opção à terceira via. "Acredito que sou o candidato com mais potencial, mas eu não posso impor nada. Preciso tratar isso com bastante humildade", explicou. No campo da terceira via, MDB, União Brasil, PSDB e Cidadania articulam o anúncio de uma candidatura única no dia 18 de maio. 

Desde a troca de partido, o ex-ministro da Justiça abriu diálogo com, pelo menos, dois pré-candidatos à presidência da República: Simone Tebet (MDB) e Eduardo Leite (PSDB). O último corre por fora na disputa pelo Palácio do Planalto, uma vez que perdeu as prévias do partido para o ex-governador de São Paulo, João Doria.

Para Moro, o Brasil também precisa trabalhar com mais força para combater a corrupção e disse não ter questões pessoais contra o ex-presidente Lula. "Prendi o Lula porque apliquei a lei. Não tenho nada pessoal contra ele. Tenho contra a corrupção. Fui contra o governo Bolsonaro, pois não tem ninguém sendo preso no Brasil por grande corrupção", justificou. 

Ao longo da entrevista, o ex-ministro também criticou a postura de Bolsonaro e Lula frente ao conflito entre Rússia e Ucrânia. Na visão dele, nenhum deles se posicionou de forma adequada sobre a invasão russa. "Brasil tem que negociar com todos. Tem que fazer acordos para abrir mercados estrangeiros. Em uma disputa comercial como foi Trump x China é diferente. No caso da invasão na Ucrânia, é lamentável o Brasil não se posicionar. Se fosse presidente, me manifestaria claramente". 

Agenda no Rio Grande do Sul 

Sergio Moro está no Rio Grande do Sul desde essa segunda-feira. Na segunda, ele participou de uma reunião-almoço na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul. Hoje, tem compromissos na Associação Comercial de Canoas e no Fórum da Liberdade, que acontece em Porto Alegre.

*Com informações de Mauren Xavier 


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895