Moro diz que "lamenta" decisão da Câmara de tirar Coaf da Justiça
Ministro agradeceu aos 210 deputados que votaram a favor do órgão permanecer em sua pasta
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, lamentou nesta quinta-feira a decisão da Câmara dos Deputados de retirar o Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf) da jurisdição de seu ministério e enviá-lo para a pasta da Economia. Em seu Twitter, o ministro agradeceu aos 210 deputados que votaram pela permanência do Coaf na alçada da Justiça.
Sobre a decisão da maioria da Câmara de retirar o COAF do Ministério da Justiça, lamento o ocorrido. Faz parte da democracia perder ou ganhar. Como se ganha ou como se perde também tem relevância. Agradeço aos 210 deputados que apoiaram o MJSP e o plano de fortalecimento do COAF.
— Sergio Moro (@SF_Moro) 23 de maio de 2019
Na noite dessa terça-feira, a Câmara aprovou, por 228 a 210, a medida provisória da reforma administrativa, que reestruturou a organização do governo. Entre as medidas, a redução de 29 para 22 ministérios. Para manter transferir o Coaf da Justiça para a Economia, parlamentares justificaram que em vários países o órgão de inteligência financeira é vinculado ao Ministério da Economia e não faria sentido o Brasil mantê-lo na Justiça apenas para agradar a Moro.
O resultado foi mais uma demonstração de força do Centrão - DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade. Dos 118 parlamentares desses partidos na sessão dessa quarta-feira, 87 votaram contra Moro. Outros 89 votos foram dados por deputados da oposição (PT, PSOL, PSB, PCdoB e PDT).
Por outro lado, todos do PSL, PV, Podemos, PHS, PMN, Cidadania e Novo votaram com o governo. Já o PSDB ficou dividido: foram 21 a favor de Moro e 5 contra. Um dos principais articuladores do Centrão, o líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), se limitou a dizer que o "placar fala por si".
Apesar da derrota do Coaf, o governo conseguiu evitar a recriação de ministérios. A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), evitou tratar o resultado como derrota e indicou que o Planalto não deve tentar revertê-lo no Senado. "É do processo democrático. Agora, é bola para a frente", disse.