Mourão despista sobre ação contra Salles: "Segue o baile, aguardemos"

Mourão despista sobre ação contra Salles: "Segue o baile, aguardemos"

Ministro do Meio Ambiente teve sigilos quebrados e 3 endereços foram alvos da PF, que apura exportação ilegal de madeira

R7

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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, preferiu não polemizar ao ser perguntando sobre a operação da Polícia Federal, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, contra o titular da pasta do Meio Ambiente, Ricardo Salles. "É questão de investigação. Segue o baile. Vamos aguardar a apuração disso aí", afirmou. 

Em abril, o chefe da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, encaminhou ao STF notícia-crime contra Ricardo Salles, por atrapalhar a investigação de madeireiros envolvidos na operação Handroanthus, que apreendeu 43.700 toras de madeira supostamente ilegal.

Em outras decisões divulgadas nessa quarta-feira, o ministro Alexandre de Moraes autorizou quebra de sigilos bancário e fiscal de Salles e a reabertura do inquérito sobre a fala do ministro a respeito do "passar a boiada", em eventual flexibilização de normas de proteção ambiental, gravada em vídeo na reunião ministerial de 21 de abril de 2020. 

No caso dessa última, a notícia-crime havia sido arquivada pelo próprio Moraes em outubro do ano passado. O motivo do desarquivamento e do pedido de conclusão do processo, que corre em sigilo, são as novas informações apuradas pela Polícia Federal no contexto da operação Akuanduba. 

Na saída de um evento, ontem em Brasília, Salles considerou desnecessária a operação da Polícia Federal. "Essas medidas são desnecessárias, na medida em que o ministério e todos os funcionários poderiam ter ido, se chamados, à Polícia Federal", afirmou.

O ministro disse que conversou com Bolsonaro sobre o caso e que explicou tratar-se de acusação "sem substância" que será resolvida com rapidez. Ele avaliou ainda que o ministro do STF foi induzido a crer que "teria havido uma ação concatenada de agentes do Ibama e de Ministério do Meio Ambiente para favorecer ou para fazer o destravamento indevido do que quer seja”. “Essas ações jamais, repito, jamais aconteceram”, disse Salles.

No conjunto de suas decisões, Moraes mandou afastar do cargo o presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, e outros agentes públicos ocupantes de cargos e funções de confiança no órgão e no Ministério do Meio Ambiente.

Questionado a respeito de a denúncia ter partido dos Estados Unidos, o vice-presidente acredita que "governo não faz denúncia dessa maneira". "Na realidade eu não sei qual é a origem efetiva dessa denúncia, se veio via alguma empresa norte-americana ou se veio via governo, acredito que não, governo não faz denuncia dessa maneira. É alguma empresa que tem negócios aqui no Brasil que apresentou algumas denúncias com irregularidades, que deve ser investigado se elas mesmas procedem", disse Mourão.

Conforme divulgado pelo colunista do R7 Thiago Nolasco em seu blog, uma fonte com conhecimento da informação sobre a operação contra o ministro Ricardo Salles descartou possível relação entre os alertas de envio ilegal de madeira brasileira para portos americanos e o chefe do Meio Ambiente.


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