Mourão: se houver culpa do ministro do Turismo, Bolsonaro irá demiti-lo

Mourão: se houver culpa do ministro do Turismo, Bolsonaro irá demiti-lo

Vice-presidente concedeu rápida entrevista após cerimônia de posse no TRF-4, em Porto Alegre

Felipe Samuel

Mourão atribuiu queda da popularidade de Bolsonaro às mudanças promovidas pelo governo e a dificuldades econômicas

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Bastante aplaudido ao ser anunciado no plenário do TRF-4, o presidente em exercício Hamilton Mourão quebrou o protocolo e falou com a imprensa após a solenidade de posse de Victor Luiz Laus na presidência do tribunal. Contrariando a orientação da assessoria de imprensa da Presidência, que informou aos jornalistas que haveria apenas uma declaração, Mourão chegou ao local e afirmou que responderia apenas algumas perguntas. Questionado se a prisão de coordenadores de campanha e ex-auxiliares do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que são suspeitos de participação ativa em esquema de candidaturas laranjas patrocinado pelo PSL de Minas Gerais, poderia enfraquecer o ministro, Mourão foi taxativo: “Já foi dito pelo presidente Bolsonaro, ele aguarda o desenlace das investigações. E óbvio, se houver alguma culpabilidade dele nesse processo, o presidente não vai ter nenhuma dúvida em substituí-lo”.

Mourão minimizou a repercussão da divulgação do relatório da ONU, que lista Bolsonaro entre os fracassos de liderança. “A ONU está se perdendo ao longo do tempo. Surgiu para manter a paz no mundo e temos um conselho de segurança ainda anacrônico, onde cinco países têm poder permanente e veto para tudo. E se perde às vezes em determinadas discussões. O presidente Bolsonaro é um líder reconhecido dentro do nosso país”, observou.

Ele atribuiu a reprovação do governo Bolsonaro, que atingiu 32%, conforme pesquisa Ibope divulgada pouco antes, às mudanças promovidas pelo governo e a dificuldades econômicas. Mas ressalta que a pesquisa tem uma certa credibilidade: “Óbvio que essa queda na popularidade, na avaliação do governo é normal”, ponderou.

No que diz respeito ao sargento da Força Aérea Brasileira (FAB), que foi detido em Sevilha, na Espanha, ao chegar ao país com 39 quilos de cocaína em sua bagagem pessoal, Mourão reitera que é um episódio lamentável e reconheceu que é um crime grave. “Fica muito claro que aquela tripulação não tem nada a ver com a tripulação do presidente da República. Tem que ser investigado”, afirmou. “Como em toda a investigação, vai levar um tempo. É um crime grave, o código penal militar é bem claro a esse respeito, não resta muita dúvida do que vai acontecer.”

Também presente no evento, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, não concedeu entrevista. 


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