"Não basta alguém que combata a corrupção", diz Bolsonaro

"Não basta alguém que combata a corrupção", diz Bolsonaro

Presidente justificou indicação de Augusto Aras à PGR em transmissão

AE

Bolsonaro pediu paciência a seus apoiadores após indicação

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O presidente Jair Bolsonaro usou sua transmissão semanal ao vivo pelo Facebook para pedir "paciência" a apoiadores com a indicação de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da União. Ele argumentou nessa quinta-feira que "não basta apenas alguém que combata a corrupção" como credencial para a escolha do substituto de Raquel Dodge.

Bolsonaro disse também que Aras foi indicado por ser "sensível a outras questões" como temas ambientais e de comportamento. "Alguns do Ministério Público não podem ver uma vara de bambu sendo cortada que já processa todo mundo. Como ficaria a questão ambiental? Como ficariam os produtores rurais", afirmou o presidente. "Não queremos um PGR que diga que pode fazer tudo, mas também não queremos aquele com quem não pode fazer nada."

A escolha de Aras, que quebra uma tradição de 16 anos ao optar por um nome de fora da lista tríplice eleita por membros do Ministério Público Federal, desagradou a seguidores bolsonaristas na internet. Parte da base de apoiadores do presidente vê no subprocurador proximidade com a esquerda, leniência com a corrupção e distância da Lava Jato. O tema chegou a ser o assunto mais comentado no Twitter entre brasileiros, e alguns apoiadores chegaram a falar em "suicídio político" e fim da "última esperança" na política.

"Atire a primeira pedra quem nunca teve um pecado. Eu tive que escolher alguém", disse Bolsonaro durante a transmissão. "Se não acreditar, eu caio mais cedo e o PT volta." Segundo o presidente, a escolha de Aras se justifica pois "o universo era pequeno". Ainda de acordo com Bolsonaro, o subprocurador era a melhor escolha, pois as opções que propunham combate mais acirrado à corrupção não concordavam em outras questões.

"Tudo bem. O cara é radical, quer acabar com a corrupção, mas é um cara que é xiita na questão ambiental. Que eu não vou poder abrir uma estrada que ela será contestada. Que eu não poderei buscar um trabalho melhor para o produtor rural que terá problema. Um radical (no combate à corrupção) que é favorável à ideologia de gênero, fim da família, essas patifarias todas que estão aí. Isso eu não vou fazer."


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