"Não temos corrupção endêmica, têm casos isolados", diz Bolsonaro

"Não temos corrupção endêmica, têm casos isolados", diz Bolsonaro

Declaração foi feita pelo presidente em meio a denúncias de tráfico de influência e assédio sexual envolvendo o alto escalão

R7

O presidente Jair Bolsonaro

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quarta-feira (29), que não há corrupção endêmica em sua gestão e, sim, casos isolados. A fala acontece em meio às denúncias de tráfico de influência e de assédio sexual contra mulheres envolvendo integrantes do alto escalão do governo federal. 

"Bem como o combate a corrupção: isso nós estamos muito bem no governo. Não temos nenhuma corrupção endêmica no governo. Têm casos isolados, que pipocam, mas a gente busca solução para isso", disse Bolsonaro, durante evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

"Mas, além da escolha dos ministros, além de conversar com eles sobre qual é a real função, em cada ministério temos uma selva composta por servidores da Polícia Federal, da Controladoria-Geral da União, da Advocacia-Geral da União e até mesmo do Tribunal de Contas da União para analisar aquilo que é mais caro para nós, de modo que ataca a possível corrupção na origem. Não interessa descobrir quem é o corrupto, temos que evitar que apareça a figura do corrupto", prosseguiu.

Recentemente, o ex-ministro Milton Ribeiro passou um dia preso sob a suspeita de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. O ex-titular é investigado por participar de suposto esquema de tráfico de influência envolvendo pastores para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao Ministério da Educação.

Nesta semana, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, foi acusado de assédio sexual por funcionárias do banco. O economista conversou sobre as denúncias com Bolsonaro na noite de terça-feira (28). Ele deve deixar o posto para a secretária de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques.

Durante discurso na cerimônia desta quarta-feira, Bolsonaro não mencionou o caso Guimarães.

CPI do MEC

Após senadores protocolarem um pedido de abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) que apure irregularidades no Ministério da Educação sob a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro, que chegou a ser preso por um dia, o presidente avalia que o assunto aparentemente está "enterrado".

"Paguei e pago um preço altíssimo por isso. Olha uma CPI quase saindo aí de um assunto que parece que está enterrado, parece. Mas quando se abre uma CPI abre-se um mar de oportunidades para os oportunistas fazerem campanha contra a gente no caso", destacou.

O pedido da abertura da CPI foi protocolado por senadores da oposição na última terça-feira (28). A criação, contudo, depende do aval do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Caso seja aberta, será a segunda comissão sob a gestão de Bolsonaro — a primeira foi a CPI da Covid-19, também no Senado.


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