"Não tenho a menor preocupação", diz Temer sobre perder foro privilegiado após deixar presidência

"Não tenho a menor preocupação", diz Temer sobre perder foro privilegiado após deixar presidência

Em entrevista, presidente fez balanço de sua gestão e analisou seu futuro pós-Planalto

Correio do Povo

Temer ainda disse que acha que Dilma era correta e honesta no âmbito pessoal

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* Com informações da Agência Estado

Às vésperas de entregar a faixa presidencial a Jair Bolsonaro, Michel Temer afirmou que não tem medo de perder o foro privilegiado e enfrentar eventual pedido de prisão preventiva. "Não tenho a menor preocupação. Zero", frisou o presidente, que comentou que essa possibilidade começou a virar pauta porque "eu teria assinado o decreto (dos Portos) para favorecer uma empresa chamada Rodrimar". "Mandaram uma certidão e essa empresa não é beneficiada", relatou em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.

Temer disse que se arrepende de poucas coisas durante seu mandato. "É trivial, mas importante. Tenho o hábito de receber todo mundo. Eu não me dava conta de que, às vezes, marcava seis ou sete audiências e recebia 20 pessoas. Atendia sem agenda. Aí houve aquele episódio do rapaz (Joesley Batista) que foi me gravar. A reforma da Previdência seria aprovada em 2017, mas aí houve aquela trama, muito bem urdida, e toda a denúncia que eu fiz veio à luz com a prisão dos indivíduos que me detrataram", defendeu.

O emedebista ainda refutou a alcunha de golpista dada pela oposição após o impeachment de Dilma Rousseff. "Nunca agi como tal. Tinha divergência política, vocês sabem que ela me isolava. Mas, no plano pessoal, acho que ela era uma pessoa honesta e correta", comentou. Sobre seu futuro, Temer disse vai viver com ele mesmo, pois nunca teve tempo tempo para isso. "Só vivi comigo mesmo quando ia de avião, de Brasília a São Paulo, e escrevia poemas no guardanapo. Vou voltar para o meu escritório de advocacia e ver para onde a vida me leva. Penso em escrever outro livro", disse.

Contudo, ele não descartou continuar ativo na vida política. "Estou sempre com o presidente FHC. Acho que precisamos de uma grande reforma política. É fundamental para reduzir o número de partidos. Falo até pelo MDB. Não temos partido político. São siglas partidárias que vão se amontoando. Discutir uma coisa dessa natureza vale a pena. Não sei se é criar mais um partido. Agora, se esse “mais um significar a agregação de 10, 15 siglas, aí vale a pena", analisou.

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