“Não trabalhamos com a hipótese de comércio fechado até junho”, diz Leite

“Não trabalhamos com a hipótese de comércio fechado até junho”, diz Leite

Governador afirmou que estruturação do sistema de saúde é prioridade frente à pandemia de Covid-19

Correio do Povo

Governador afirmou que estruturação do sistema de saúde é prioridade frente à pandemia de Covid-19

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Sem se comprometer com prazos e afirmando trabalhar apenas com “evidências científicas”, o governador Eduardo Leite voltou a reforçar, em coletiva nesta quarta-feira, que a determinação para a reabertura do comércio só irá acontecer quando o governo tiver “clareza” que os indicadores apontam uma segurança na estruturação do sistema de saúde pública. Entretanto, disse que decisão sobre o fechamento dos serviços considerados não essenciais não deve durar até junho – quando o Ministério da Saúde projeta o pico da pandemia de Covid-19 no país.

“Não trabalhamos com a hipótese de comércio fechado até junho”, disse Eduardo Leite sem apontar se o decreto será prorrogado ou não. “Estamos estruturando toda a retaguarda hospital, incrementando até 60% o número de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir que tenhamos estruturas para atender os casos”, afirmou o governador em live transmitida pelo Facebook.

Com 260 casos confirmados de coronavírus e cinco mortes pela doença, a Capital é a cidade que “merece maior atenção”, destacou o governador. Ele disse ainda que acompanha de perto, junto ao prefeito Nelson Marchezan Jr, a situação epidemiológica local e demonstrou apoio à possibilidade do uso da força policial “naquilo que se faz necessário”. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), o Estado possui 508 casos confirmados de Covid-19 e nove óbitos decorrentes da doença, sendo cinco em Porto Alegre, dois em Novo Hamburgo, um em Ivoti e o mais recente em Alvorada. 

Nesta terça-feira, a SES notificou a morte da primeira profissional de saúde do Estado por coronavírus. A vítima é uma enfermeira, de 44 anos, residente de Alvorada, que trabalhava no Grupo Hospitalar Conceição, na Capital. “Lamentamos todas as mortes ocorridas até aqui em função do Covid-19. Todas elas nos deixam consternados. Mas tem uma que precisa ser destacada por dois motivos: porque é a primeira profissional da área da saúde e a vítima mais jovem do Estado”, apontou Eduardo Leite durante coletiva. De terça-feira para hoje, o Rio Grande do Sul teve o crescimento de 9,3% nos casos confirmados. Para Leite, o cenário “redobra a necessidade das políticas de distanciamento social”.

O uso de cloroquina

A discussão sobre o uso ou não do medicamento cloroquina em pacientes com coronavírus não ganhou a atenção do governador Eduardo Leite, que ressaltou reunir esforços na estruturação do sistema de saúde do Rio Grande do Sul. Durante a coletiva de imprensa, nesta quarta-feira, Leite disse que prescrição do produto não está entre as “necessidades” do Estado. “Não trabalhamos com a expectativa, mas sim com a realidade”, apontou ao destacar que a discussão do tema cabe a equipes técnicas. 

A cloroquina não é oficialmente recomendada pelo Ministério da Saúde. No entanto, é liberada e de responsabilidade do médico a prescrição do remédio no tratamento de pacientes fora das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Atualmente, a pasta só recomenda a aplicação da cloroquina em pacientes hospitalizados enquadrados em casos críticos e graves de saúde.


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