Não vacinar uma criança é um ato de negligência, afirma ministro da Saúde

Não vacinar uma criança é um ato de negligência, afirma ministro da Saúde

Governo federal disponibilizou R$ 103 milhões para ampliação de cobertura vacinal

AE

Mandetta pede adesão da população à campanha de imunização contra sarampo

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O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pediu neste sábado consciência à população brasileira sobre a importância da vacinação e afirmou que não imunizar uma criança é um "ato de negligência". Mandetta esteve em São Paulo, em um centro de saúde em Pinheiros, na zona oeste, onde participou do Dia D de mobilização nacional contra o sarampo.

"Como uma criança está sem vacinar? É um ato de negligência, é um ato de violência contra aquela criança. A gente tem que cuidar da infância. Eu acredito que o momento agora é de lucidez, do iluminismo e da ciência. O mundo inteiro luta neste momento para não deixar doenças totalmente ultrapassadas retornarem", disse o ministro.

Mandetta destacou que a luta pela vacinação tem de ser de todos os brasileiros. "Se não for uma luta da sociedade, não existe estratégia melhor ou pior. Nós vamos continuar apelando para consciência, para cidadania, porque essa é a maneira democrática no País."

O ministro reforçou a importância de pais e responsáveis estarem atentos ao calendário de vacinação e afirmou que estratégia de imunização brasileira é muito bem feita. "O Brasil tem o Programa Nacional de Imunização presente em todos os municípios brasileiros, salas de vacina utilizadas em todos os municípios, capacitação de técnicos e um exército de agentes comunitários de saude que vão de casa em casa e deve verificar as cadernetas", disse Mandetta.

Neste mês, serão vacinadas crianças de 6 meses a até 5 anos, público-alvo da primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo. As Unidades Básicas de Saúde (UBS) da capital paulista estarão abertas das 8h às 17h neste sábado.

Segundo Mandetta, o Ministério da Saúde adquiriu neste ano 60,2 milhões de doses de vacina tríplice viral, que previne contra sarampo, rubéola e caxumba. A meta do governo é vacinar 2,6 milhões de crianças na faixa prioritária e 13,6 milhões de adultos.

Nos últimos 90 dias, o Brasil registrou 6.192 casos confirmados de sarampo, o que corresponde a aumento de 15% em relação ao período de monitoramento anterior, segundo dados do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.

Vinte Estados estão na lista de transmissão ativa da doença e 96% dos casos confirmados concentram-se em São Paulo, em 192 municípios. No último trimestre, foram confirmadas 13 morte pela doença no Brasil, sendo 7 (53,8%) em crianças menores de 5 anos, 2 (15,4%) na faixa etária de 20 a 39 anos e 4 (30,8%) em adultos maiores de 40 anos.

Recursos

O governo federal informou que disponibilizou nesta sexta-feira R$ 103 milhões dos R$ 206 milhões anunciados pelo Ministério do Saúde para que Estados e municípios possam ampliar a cobertura vacinal.

Segundo o governo, o restante do recurso anunciado será liberado mediante o cumprimento de duas metas pelos Estados e municípios. São elas: alcançar 95% de cobertura vacinal da primeira dose da tríplice viral em crianças de 12 meses; e informar o estoque das vacinas de poliomielite, tríplice e pentavalente às Secretarias de Saúde dos Estados e ao Ministério da Saúde.

A apuração das duas metas será realizada a partir de 2 de dezembro, após o encerramento em 30 de novembro da segunda fase da Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo. A primeira etapa começou no dia 7 e segue até o dia 25 deste mês. Serão imunizadas crianças de 6 meses a menores de 5 anos.

A segunda etapa, prevista para iniciar em 18 de novembro, será direcionada para adultos entre 20 e 29 anos que ainda não atualizaram a caderneta de vacinação.


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