Na oposição, Rede libera filiados e recomenda não votar em Bolsonaro

Na oposição, Rede libera filiados e recomenda não votar em Bolsonaro

Partido listou como prioridade proteção ambiental e direitos humanos em geral

Agência Brasil

Marina Silva declarou que a Rede será oposição ao governo de qualquer um dos dois candidatos que vença a eleição

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A Rede Sustentabilidade recomendou aos filiados que se decidam sobre as eleições presidenciais "de acordo com sua consciência" e pediu que eles não votem em Jair Bolsonaro (PSL). Em comunicado, divulgado nas primeiras horas desta quinta-feira, a Executiva Nacional da legenda afirma que não se alinha nem apoia Bolsonaro e Fernando Haddad (PT). De acordo com o comunicado, a Rede será oposição ao governo de qualquer um dos dois candidatos que vença a eleição porque ambos representam projetos "de poder prejudiciais ao país, atrasados, autoritários e retrógrados". A decisão foi anunciada após reuniões consecutivas desde domingo.

Logo depois de anunciado o resultado do primeiro turno em que a candidata da Rede, Marina Silva, ficou em oitavo lugar com 1% dos votos, ela fez críticas aos dois candidatos, indicando como seria difícil apoiar qualquer um deles. "A Rede declara que não tem ilusões quanto às práticas condenáveis do PT, dentro e fora do governo. No entanto, frente às ameaças imediatas e urgentes à democracia, aos grupos vulneráveis, aos direitos humanos e ao meio ambiente, recomenda que seus filiados e simpatizantes não destinem nenhum voto ao candidato Jair Bolsonaro e, isso posto, escolham de acordo com sua consciência votar da forma que considerem melhor para o país", diz o comunicado do partido.

Para a Rede, é impossível não associar as denúncias de corrupção de vários envolvidos com governos do PT, assim como ignorar que a candidatura do PSL pode levar a um "retrocesso brutal e inadmissível". O partido lista como prioridades a estrutura de proteção ambiental, a preservação dos direitos das comunidades indígenas e quilombolas e direitos humanos em geral, assim como a diversidade da sociedade brasileira. A Rede condenou a promoção e "incitação sistemática ao ódio, à violência e à discriminação".

Cláusula de barreira

A candidata derrotada nestas eleições disse ainda que está discutindo de forma "tranquila" a cláusula de barreira que pode impedir sua sigla de receber uma fatia do fundo partidário a partir de 2019. "Ainda é muito cedo. Temos uma bancada relevante no Senado. Mas para deputado federal não conseguimos atravessar a cláusula de barreira. Estamos fazendo uma discussão tranquila. Nesse momento, o que está nos preocupando é a situação difícil a que chegamos no segundo turno, disse.

Na Câmara, a Rede elegeu apenas um deputado. No Senado, entretanto, conseguiu emplacar cinco parlamentares. Os partidos têm direito a uma quantia anual usada para custeio. Neste ano, o montante geral destinados às siglas foi de R$ 888,7 milhões, conforme dados da Câmara.

Além disso, sem o desempenho mínimo, as siglas também perdem o direito de tempo de propaganda gratuita no rádio e TV. Além da Rede, ficaram de fora por causa da cláusula de barreira: Patriotas, PHS, DC, PCdoB, PCB, PCO, PMB, PMN, PPL, PRP, PRTB, PSTU e PTC.


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