No RS, Rodrigo Maia sugere redução de impostos sobre combustíveis
Pré-candidato à presidência (DEM), presidente da Câmara diz que governo precisa evitar "colapso social"
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“O governo não se preparou em construir políticas compensatórias. O Congresso vai chamar o governo, a Petrobras, os representantes de postos e distribuidoras e quadros técnicos para encontrar caminhos. Uma das soluções que eu dei, que não é fácil para o governo, é a redução de impostos no curto prazo, enquanto os preços do petróleo se mantiverem no atual patamar. É uma hipótese, se é possível ou não, vamos debater. Governos existem para pensar políticas compensatórias na hora em que há desequilíbrio como agora, que atinge o orçamento de muitas famílias. Vemos os números do desemprego, da mortalidade infantil, tudo piorando muito, não podemos entrar em um colapso social.”
Apesar das críticas, o parlamentar considerou como acertada a decisão do governo de liberar os preços dos combustíveis, atribuiu as altas sucessivas à geopolítica internacional e descartou a possibilidade de congelamento. “Ninguém esperava que a pressão em cima do preço viesse tão rápido. A expectativa era mais para o próximo ano, e o governo não se preparou. Mas o congelamento seria demagógico e eleitoreiro. Vamos discutir propostas que não sejam uma interferência na economia. Mas a solução tem que ser dada no curto prazo.”
As declarações foram feitas durante a participação do deputado, como palestrante, na reunião-almoço ‘Menu Porto Alegre’, promovida pela Associação Comercial de Porto Alegre. Questionado sobre se o governo Michel Temer falhou, respondeu “não sei”, repetiu a influência da geopolítica internacional, atribuiu os problemas à “política intervencionista” do governo Dilma Rousseff e afirmou que há melhora em relação a 2015, porém admitiu que ela é “muito tímida em relação ao que gostaríamos.” Também classificou como “besteira” sua proximidade ou não com o governo Temer e disse que a responsabilidade de defender o presidente é do PMDB, mas ressalvou que na campanha vai “defender todas” as pautas nas quais teve atuação importante, como a aprovação do teto dos gastos e a tentativa de reforma da previdência.
Questionado sobre se há um prazo final para que o DEM se decida sobre sua candidatura à presidência, o pré-candidato reagiu. “Não tem esse negócio. O DEM na convenção vai confirmar minha candidatura. Tenho certeza de que existe um espaço enorme para que se construa um projeto fora do eixo que dominou a política nacional nos últimos 30 anos.” Contudo, não quis citar possíveis aliados, limitando-se a dizer que “todos já estão aí colocados pela mídia” e desconversou sobre o excesso de candidaturas ao centro. “Existem muitos candidatos de centro, de esquerda, de direita, de todos os lados. E vão continuar existindo, porque as pesquisas não vão dar clareza para que se tome uma decisão.”
Ladeado por lideranças do PP gaúcho – o pré-candidato do PP ao governo do Estado, o deputado federal Luis Carlos Heinze, e o estadual Pedro Westphalen – Maia minimizou o apoio público do presidente do DEM no RS, deputado federal Onyx Lorenzoni, à pré-candidatura de Jair Bolsonaro (PSL/RJ) à presidência da República. “O Onyx já estava com o Bolsonaro muito antes de o partido se decidir por minha pré-candidatura. E a decisão de intervenção no diretório seria algo muito bruto, não democrático. Vamos deixar o tempo passar.” Sobre o avanço da pré-candidatura de Bolsonaro, o parlamentar disse que o colega de Câmara “é muito polêmico e essa polêmica gerou a ele uma concentração de apoios difícil de conquistar.” Na sequência, emendou: “Os números dele pelas pesquisas que eu tenho vêm caindo de dezembro para cá. Vamos ver nos próximos meses quais são as políticas que ele apresenta de fato à sociedade.”