Novo vazamento cita conversas de Moro e Dallagnol sobre investigar FHC

Novo vazamento cita conversas de Moro e Dallagnol sobre investigar FHC

Ex-juiz teria considerado questionável apurar supostas provas contra ex-presidente para não "melindrar apoio importante"

Correio do Povo

Moro teria questionado força de possíveis provas contra FHC

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Nova reportagem do The Intercept Brasil, nesta terça-feira, revela suposto diálogo entre o então juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol que mostrariam receio do magistrado em investigar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Conforme as mensagens publicadas pelo site, Moro teria questionado Dallagnol sobre possíveis provas contra FHC e teria avaliado que investigação poderia "melindrar alguém cujo apoio é importante".

"Tem alguma coisa mesmo séria? O que vi na TV pareceu muito fraco. Caixa 2 de 96?", disse. Dallagnol teria respondido que as informações foram incluídas nas investigações da Lava Jato, "talvez para passar recado de imparcialidade".

A matéria do The Intercept Brasil ainda divulga uma suposta conversa entre os procuradores. Um deles, Paulo Galvão, teria classificado as informações contra FHC como "bomba". As trocas de mensagens entre ele, Roberson Pozzobon e Laura Tessler mostrariam empolgação e a ideia de investigar o Instituto FHC a exemplo do que estava sendo feito com as entidades ligadas a Lula.

Na continuidade da conversa, contudo, os procuradores teriam avaliado que a situação poderia enfraquecer o processo contra Lula."Será que não será argumento para a defesa da LILS, dizendo que é a prova que não era corrupção", teria questionado um dos procuradores, identificado apenas como Diogo.

Em nota, o Ministério da Justiça negou interferência no caso. "Nunca houve interferência no suposto caso envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que foi remetido diretamente pelo Supremo Tribunal Federal a outro Juízo, tendo este reconhecido a prescrição", indicou o texto.

O Ministério da Justiça divulgou nota sobre a nova publicação

Sobre as supostas mensagens divulgadas, esclarecemos:

- O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, não reconhece a autenticidade de supostas mensagens obtidas por meios criminosos, que podem ter sido editadas e manipuladas e que teriam sido transmitidas há dois ou três anos.

- Nunca houve interferência no suposto caso envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que foi remetido diretamente pelo Supremo Tribunal Federal a outro Juízo, tendo este reconhecido a prescrição.

- A atuação do Ministro como juiz federal sempre se pautou pela aplicação correta da lei a casos de corrupção e lavagem de dinheiro.

– As conclusões da matéria veiculada pelo site Intercept sequer são autorizadas pelo próprio texto das supostas mensagens, sendo mero sensacionalismo.


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