Os 7,2 milhões de votos nulos não significam que houve fraude nas urnas
Votos foram anulados por ações dos próprios eleitores, que não queriam votar em ninguém ou cometeram erros ao usar a urna eletrônica
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O voto também pode ser anulado se o eleitor digitar um número errado na urna, por exemplo de um partido que não está disputando determinado cargo em um estado. Como mostrou outra verificação do Comprova, eleitores se confundiram ao votar em Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro – digitaram 17 ao votar para governador, mas o PSL não disputou esse cargo no Estado. Se eles tivessem apertado o botão confirma, teriam anulado o voto.
O texto enganoso afirma também que a anulação só é possível em votos em papel, o que não é verdade. Como explicado acima, quando o eleitor digita um número errado e aperta confirma, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contabiliza como voto nulo.
Mais uma informação errada no texto que tem circulado é que o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, poderia ter sido eleito no primeiro turno se tivesse recebido 2 milhões de votos a mais. Para que isso ocorresse, ele deveria ter conquistado 50% dos votos válidos mais um voto. Como foram contabilizados 107.050.673 de votos válidos, uma vitória no primeiro turno seria atingida com 53.525.337 votos. O capitão teve 49.276.990, ou 46,03% dos votos válidos — 4.248.346 a menos que o necessário.
O conteúdo enganoso circulou pelo Facebook, em páginas como Revista FisioBrasil, e foi recebido no WhatsApp do Comprova e do Estadão. O Boatos.org também publicou uma checagem sobre o assunto.
Projeto Comprova
Esta checagem foi publicada pelo projeto Comprova. A verificação foi realizada por jornalistas do Estado de São Paulo.
O projeto colaborativo Comprova reúne 24 organizações brasileiras de mídia com o objetivo de combater desinformação e conteúdos enganosos na internet durante a campanha eleitoral. Denúncias de conteúdos suspeitos ou falsos relacionados às eleições podem ser feitas pelo número de WhatsApp (11) 97795-0022.