Otan vai se retirar do Afeganistão no 'momento adequado', diz secretário-geral da aliança

Otan vai se retirar do Afeganistão no 'momento adequado', diz secretário-geral da aliança

Jens Stoltenberg afirmou que nenhum membro deseja permanecer no país mais que o necessário

AFP

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Os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se retirarão do Afeganistão no "momento adequado", disse nesta segunda-feira o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg. "Nenhum membro da aliança deseja permanecer no Afeganistão mais que o necessário (...). Quando o momento for adequado, sairemos juntos", afirmou o ex-primeiro-ministro da Noruega e autoridade máxima do grupo desde 2013, em uma coletiva de imprensa antes da reunião de ministros da Defesa dos países-membros, prevista para esta semana.

Esta reunião será a primeira na Otan desde a posse do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e por isso a aliança transatlântica deseja recompor as relações com Washington e esclarecer as dúvidas sobre seu papel no Afeganistão. O governo anterior de Donald Trump formulou importantes anúncios sobre a retirada de tropas do Afeganistão, que pegaram de surpresa os aliados europeus.

Sendo assim, a delicada questão da permanência das tropas da Otan no Afeganistão ocupará um espaço central da agenda na reunião dos ministros da Defesa, embora todas as partes já tenham adiantado que não esperam nenhuma decisão a respeito. Nesta segunda-feira, Stoltenberg disse que não queria "adiantar as conclusões da reunião desta semana. Mas posso dizer que precisamos encontrar um equilíbrio para não permanecer mais que o necessário".

Ao mesmo tempo, destacou, "não queremos sair muito antecipadamente". A aliança militar continuará "avaliando o número de tropas" para manter no Afeganistão. "Reduzimos significativamente a nossa presença há não muitos anos. Tínhamos 130.000 tropas em operações de combate. Agora temos aproximadamente 10 mil", disse o funcionário.

Para permitir a retirada de suas tropas do Afeganistão, Estados Unidos promoveu negociações com o movimento Talibã, embora o governo americano avalie que esse grupo afegão não está mantendo os compromissos assumidos sobre cortar laços com o grupo insurgente Al-Qaeda.

Para a reunião, os líderes europeus desejam também esclarecer com as novas autoridades em Washington a importância de manter consultas antes de anunciar decisões, para evitar situações como as que aconteceram com Trump. "Os talibãs devem reduzir a violência, negociar de boa fé e manter seus compromissos de interromper a cooperação com grupos terroristas", destacou Stoltenberg nesta segunda-feira.


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