Para governo, Davi Alcolumbre é "cumpridor de missões"
Senador foi avalizado pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que enfrentou críticas de correligionários do DEM
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A cúpula do DEM não ajudou Alcolumbre porque avaliava que sua candidatura poderia prejudicar a reeleição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), do mesmo partido, o que acabou não ocorrendo. Alcolumbre quer agora que a senadora Simone Tebet (MDB-MS) comande a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada estratégica porque é por lá que passam todas as propostas.
Simone desafiou Renan, lançou candidatura avulsa, mas desistiu para apoiar Alcolumbre. Integrante do chamado "baixo clero", o novo presidente do Senado é visto pela maioria de seus pares como um hábil articulador, um político que "aprende rápido", embora não tenha a experiência dos mais tarimbados. Após a vitória na eleição, por exemplo, disse que tentará pacificar as relações no Senado e telefonará nos próximos dias até para Renan. "Minha bandeira vai ser o diálogo. Meus colegas vão ter de fazer dessa Casa o que o Brasil esperar", afirmou ele.
O senador iniciou sua campanha sem alarde, em novembro, e identificou um cansaço com a longa permanência do MDB na presidência do Senado. Pegou carona na onda de renovação após a eleição do presidente Jair Bolsonaro e decidiu ser o anti-Renan. A estratégia deu certo. Aos 41 anos, Alcolumbre disputou o governo do Amapá em 2018 com uma ampla aliança, que incluiu até a Rede e o PSDB, mas perdeu para Waldez Góes (PDT).
No primeiro mandato como senador, ele já foi deputado federal e vereador. Embora tenha crescido politicamente sob a sombra do ex-presidente José Sarney, enfrentou o clã de seu padrinho ao conquistar a vaga no Senado, em 2014. De família judaica, Alcolumbre trabalhou no balcão da loja de autopeças do pai e tem formação incompleta em Ciências Econômicas. Cresceu vendendo peças para carros. Seu irmão Josiel é sócio de uma retransmissora da TV Bandeirantes em Macapá (AP). Um dos tios tem a retransmissora do SBT.