Partidos acionam Conselho de Ética contra senador alvo de operação

Partidos acionam Conselho de Ética contra senador alvo de operação

O parlamentar foi flagrado pela PF com R$ 33,1 mil dentro da cueca

AE

Rodrigues disse ser inocente das acusações sob investigação

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Os partidos Cidadania e Rede Sustentabilidade acionaram o Conselho de Ética do Senado para abrir um processo de perda de mandato do senador Chico Rodrigues (DEM-RR). O parlamentar, ex-vice-líder do governo Jair Bolsonaro na Casa, foi flagrado pela Polícia Federal com R$ 33,1 mil dentro da cueca. A operação investiga desvio de recursos destinados ao combate do coronavírus.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso determinou ontem afastamento, por 90 dias, do senador. Essa decisão depende de aval do Senado e não passa pelo Conselho de Ética. Os partidos querem, porém, que o colegiado analise a situação do parlamentar paralelamente. “Sem prejuízo dessa sanção aplicada pelo Poder Judiciário, não há dúvidas de que o Senado também pode – e deve – punir o representado, no âmbito de sua competência, pelos ilícitos cometidos”, diz a representação.

Com base na investigação da Polícia Federal, os partidos apontam que o senador pode ter se aproveitado de valores de emendas parlamentares para empresas contratadas pelo poder público, recebido vantagem indevida e cometido crimes como peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Em nota divulgada ontem, Rodrigues disse ser inocente das acusações sob investigação.

Na representação, o Cidadania e a Rede pedem a instalação de um processo no colegiado para a perda de mandato do senador ou a suspensão temporária da atividade parlamentar de Chico Rodrigues. A decisão de dar andamento ao pedido cabe ao presidente do Conselho de Ética do Senado, Jayme Campos (DEM-MT), após uma análise preliminar da Advocacia da Casa.

Na quinta-feira, porém, Jayme Campos descartou a possibilidade de autorizar a análise de qualquer representação contra Chico Rodrigues no período em que as comissões do Senado estão paralisadas devido à pandemia de covid-19. A justificativa é a limitação para reuniões presenciais. “Isso mexe com a vida das pessoas. Remotamente, não se pode fazer o julgamento de um senador da República”, afirmou.


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