Partidos aliados apoiam Leite como alternativa nacional

Partidos aliados apoiam Leite como alternativa nacional

Líderes do PTB e Dem consideram movimento um reconhecimento ao trabalho à frente do Piratini

Flávia Simões*

Tucano foi avaliado pelos aliados como "altamente preparado e comprometido"

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O anúncio de uma possível pré-candidatura do governador Eduardo Leite (PSDB) para presidência da República repercutiu de maneira positiva dentro dos partidos que compõem a base do governo. Em entrevista ao programa "Esfera Pública" da Rádio Guaíba, o deputado estadual e líder do PTB no Estado, Luís Augusto Lara, avaliou que a pré-candidatura de Leite é um reconhecimento do trabalho feito pela sua gestão. "O RS teve os menores índices de mortalidade do país (Covid19), nunca faltaram leitos e  respiradores. A economia sofreu muito mas não foi tão arrasada ao ponto de não conseguirmos nos recuperar. Para nós, mostra que tínhamos razão no momento em que escolhemos iniciar essa parceria", pontuou ele, lembrando que o PTB é o partido do vice-governador, Ranolfo Vieira Júnior. 

Com a possibilidade de uma candidatura, o tucano terá que se afastar do Piratini, no próximo ano, para se dedicar à campanha presidencial. Em frente disso, quem ficará no comando do governo será Ranolfo Vieira Júnior. Lara afirma que, caso isso ocorra, o vice está preparado para lidar com a responsabilidade. “Ele (Vieria Júnior) tem um perfil mais discreto, mas tem feito, através da pasta que administra (Secretaria de Segurança Pública) a maior entrega do governo no Estado, na área de segurança", destacou Lara, afirmando, ainda, que a prioridade será, caso o PTB assuma de fato o comando do Piratini, a “busca de convergências" para garantir a vacinação dos gaúchos. 

O presidente estadual do Dem e secretário estadual de Turismo e Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Lorenzoni, assegurou que uma pré-candidatura de Leite não acarretará em um conflito de agendas. Elogiou que o governo é "altamente organizado, com uma liderança sólida e tem comprometimento com o RS". Para Lorenzoni, o tucano é “uma das figuras públicas mais bem preparadas no cenário nacional. Não lhe faltam qualidades", finalizou. 

Disputa interna dentro do PSDB

Em entrevista, o deputado Mateus Wesp, presidente estadual do PSDB, voltou a reafirmar que a reunião realizada pelo partido (na quinta-feira) não era uma reação à manifestação de interesse  a candidatura do governador de São Paulo, João Doria (PSDB) ao Planalto, e sim um encontro que já estava marcado há meses para tratar de pautas nacionais. "Sei que muitos viram como um movimento de reação contra as falas do governador de São Paulo, mas o PSDB é formado por muitas correntes. Não pode ser tratado como se um só Estado pudesse determinar as pautas do partido", afirmou. 

Contudo, Wesp propôs um questionamento sobre as atitudes de Doria em relação ao seu envolvimento com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). "Se porventura o governador Doria questionar o presidente Bolsonaro em determinados momentos por politizar a vacina, ele não pode fazer a mesma coisa dentro do partido".

Em resposta a críticas sobre a reunião, Wesp afirmou que não se misturou política institucional com política partidária e que encontros como esse são assegurados por lei. "É algo normal e corriqueiro entre os partidos", disse, ressaltando que Leite foi chamado para ajudar nas agendas de pautas nacionais do PSDB. 

O deputado ainda comentou, em seu Twitter, sobre nota emitida pelo PT que criticava a reunião e questionava o envolvimento do dinheiro público.
 

Cenário Nacional

Em relação à disputa nacional, os deputados dos partidos de base afirmam que ainda é muito cedo para tratar do assunto e asseguram que pretendem continuar alinhados ao governo de Leite. "Entendemos que a agenda de Leite é absolutamente convergente com aquilo que entendemos que é o melhor para o RS. Por isso temos orgulho de continuar com essa parceria", destacou Lorenzoni.

Segundo Lara, o foco do PTB no momento é continuar a agenda de interesses do Estado. "Temos um atoleiro para passar antes da eleição que é a pandemia. Imunizar a população e a consolidação das reformas. Ali na frente discutimos nomes", disse. "O que está pintando para 2022 é aqueles que concordam com os projetos. Agregar partidos que pensam da mesma forma", explicou o deputado. 

Assim como o PTB, Lorenzoni afirmou que o Dem não fará qualquer antecipação na questão eleitoral. "No tempo certo, aí sim, o partido participará das discussões", disse. Sobre uma possível candidatura de seu pai, o ministro Onyx Lorenzoni, para o governo do Estado, o secretário não descartou a possibilidade. "Tem o desejo público disso e ele nunca escondeu a intenção. Entendemos que ele se encontra preparado e temos o desejo de voltar a ter um candidato do Dem ao governo. O partido olha para isso mas não está na nossa pauta", finalizou. 

*Sob supervisão de Mauren Xavier

 


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