Pauta com potencial de abalar relações entre os poderes

Pauta com potencial de abalar relações entre os poderes

Além da LDO, Leite debaterá proposta de vinculação dos repasses dos duodécimos dos poderes à arrecadação real do Estado

Taline Oppitz

Governo Eduardo Leite irá debater, a exemplo do que fez Sartori, que acabou derrotado pelo plenário da Assembleia, proposta de vinculação dos repasses dos duodécimos dos poderes à arrecadação real do Estado

publicidade

Os ruídos gerados entre Executivo e Judiciário, que nesta semana criticou incisivamente o governo em função do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), são somente um dos itens de extensa pauta com potencial para abalar ainda mais as relações entre os poderes. A proposta da LDO encaminhada à Assembleia ampliou o congelamento aplicado nos quatro anos da gestão de José Ivo Sartori (MDB) e não prevê sequer ampliação de 3% para cobrir o crescimento vegetativo das folhas de servidores.

Além da LDO, o governo Eduardo Leite irá debater, a exemplo do que fez Sartori, que acabou derrotado pelo plenário da Assembleia, proposta de vinculação dos repasses dos duodécimos dos poderes à arrecadação real do Estado. Atualmente, os recursos são repassados ao Judiciário, Legislativo, Ministério Público e Defensoria Pública independentemente de serem concretizados.

Não bastasse a pauta envolvendo os planos do Executivo, que integram ações visando fazer frente à crise financeira que praticamente inviabiliza o Rio Grande do Sul, o governo não poderá lavar as mãos, e terá de articular nos bastidores, junto à sua base aliada na Assembleia, sobre tema com conteúdo delicado: os requerimentos que visam sustar os reajustes, de 16,38%, concedidos de forma automática para magistrados, promotores, procuradores, defensores e conselheiros.

As iniciativas tiveram como base resoluções administrativas dos conselhos nacionais de Justiça e do Ministério Público. O impacto estimado nos cofres públicos do Rio Grande do Sul, em 2019, é de R$ 250 milhões. Tradicionalmente, os reajustes são replicados, no chamado efeito cascata, sempre que o Supremo eleva os vencimentos dos ministros da Corte. Até agora, no entanto, as reposições eram repassadas apenas após aval legislativo, por meio de projetos que dependiam de aprovação do plenário.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895