PDT sai rachado das votações da convocação extraordinária da AL

PDT sai rachado das votações da convocação extraordinária da AL

Oposição aproveitou desavenças e forçou a retirada de três projetos polêmicos

Flávia Bemfica

Deputada Juliana Brizola fez discurso contundente contra a convocação e a falta de debate das propostas

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A convocação extraordinária e a aprovação de 27 matérias em uma única sessão, que terminou às 4h da terça-feira, aumentaram as fissuras na base aliada do governo Sartori. O descontentamento é evidente no PDT, que está rachado.

A sigla se absteve de votar o PL 418 (que institui o Plano Diretor de Transporte Coletivo Rodoviário Intermunicipal de Passageiros) após sua emenda original ao texto cair. Os deputados Enio Bacci e Juliana Brizola votaram contra a convocação extraordinária e o projeto da Lei de Responsabilidade Fiscal. Juliana fez discurso contundente contra a convocação, a falta de debate das propostas e o aparato policial que cercou o Legislativo.

Bacci avisou que não votava a cabresto, anunciou que discute a presença do PDT na base e fez críticas severas à aprovação do 418. “É um absurdo. Hoje 19 empresas detêm 54% do mercado e outras 220 os 46% restantes. Com o projeto, 100% do mercado estará nas mãos de 14 empresas”, declarou.

No PP, foi a forte pressão da própria base eleitoral que fez com que Adolfo Brito não votasse o projeto da LRF estadual. A discussão do PL 511/2015, que autorizou o Executivo a aportar recursos e abrir créditos na Caixa de Administração da Dívida Pública do Estado (Cadip), também gerou críticas entre aliados do governo estadual.

A oposição aproveitou as desavenças para recolher assinaturas pela retirada dos projetos 507, 508 e 509, todos polêmicos. O 507 limita a cedência de servidores para entidades sindicais. O 508 altera a estrutura da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). E o 509 prevê novas concessões rodoviárias, com pedágios, por 30 anos, sem necessidade de autorização legislativa e sem preço mínimo.
Quando faltavam três assinaturas para completar o requerimento de retirada, os governistas fizeram levantamento e perceberam que lhes faltariam dois votos para aprovar as propostas. Então, o líder do governo, deputado Alexandre Postal (PMDB), anunciou sua retirada da pauta da extraordinária.

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