Pesquisa estima que 5.650 pessoas estejam infectadas pela Covid-19 no RS

Pesquisa estima que 5.650 pessoas estejam infectadas pela Covid-19 no RS

Estudo reflete uma realidade do avanço da doença de duas semanas atrás no Estado

Correio do Povo

Pesquisa foi apresentada pela secretária Leany Lemos e pelo reitor da Universidade Federal de Pelotas, Pedro Hallal

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O governador Eduardo Leite anunciou, na tarde desta quarta-feira, o resultado da primeira etapa do estudo realizado pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel). A pesquisa estima que 5.650 pessoas já estejam contaminadas pela Covid-19, segundo o resultado dos 4.189 testes aplicados na população de nove cidades gaúchas. Deste total, apenas dois foram testados positivos, o que representa 0,05%. 

O último balanço oficial da Secretaria Estadual da Saúde, divulgado no fim desta quarta-feira, aponta que há 762 casos e 19 mortes no Rio Grande do Sul por Covid-19. 

A apresentação da pesquisa foi feita com a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos, e pelo reitor da Universidade Federal de Pelotas, Pedro Hallal. O estudo reflete uma realidade do avanço da doença de duas semanas atrás no Estado.

As cidades escolhidas para a pesquisa foram Porto Alegre, Canoas, Pelotas, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Passo Fundo, Ijuí e Uruguaiana.  

Segundo a pesquisa, para cada um milhão de habitantes no Estado, estima-se que existem 500 infectados reais, 65 notificados e 1,2 morto. Para cada caso notificado nessas nove cidades, existem ao redor de 4 casos não notificados. O resultado da pesquisa demonstrou também que o contágio é 15 vezes o número de casos confirmados ou 11 vezes o número de casos coletados. 

De acordo com Hallal, todas as estatísticas oficiais são baseadas em casos confirmados, os quais representam uma pequena parcela da real prevalência de infecção na população. “Os casos que chegam ao sistema de saúde, que acabam sendo testados, especialmente as pessoas com sintomas mais graves, escondem todo o restante do iceberg que está submerso e que é tão necessário para enfrentarmos a epidemia de forma adequada”, apontou Hallal. 

Hábitos no isolamento

Além da aplicação dos testes rápidos, a população destas nove cidades respondeu um questionário sobre os hábitos diários que desenvolveram desde que teve início o isolamento social no Estado. Entre os resultados, 20,6% respondeu que seguem saindo de casa diariamente, 21,1% relataram ficar em casa o tempo todo e 58,3% afirmaram sair apenas para atividades essenciais. 

As mulheres apresentaram o maior percentual de ficarem em casa o tempo todo (26%) em comparação aos homens (14,3%).  Entre os idosos de 60 anos ou mais, 35,9% relataram ficar em casa o tempo todo. 

"Pesquisa veio na hora certa"

Segundo o reitor da UFPel, Pedro Hallal, a primeira fase da pesquisa veio na hora certa e que os dados vão servir como base para a evolução do coronavírus no Estado. A tendência é que os números aumentem nas próximas fases, já que a velocidade do aumento depende das medidas de distanciamento social. "Fica o apelo dos acadêmicos e das universidades, quanto mais os governos adotarem o distanciamento social, mais devagar será a disseminação", disse.

A pesquisa apontou que o Estado obteve um resultado positivo, em comparação aos demais estados brasileiros, por ter adotado a política do distanciamento social no estágio inicial da pandemia no Brasil. “Mesmo sendo números preliminares de uma primeira etapa de pesquisa, os resultados demonstram claramente que as medidas de isolamento social estão sendo fundamentais em conter o ritmo do avanço”, destacou Leite.

O governador comemorou a primeira rodada da pesquisa. "Queremos consolidar o sucesso deste distanciamento que aconteceu aqui no Estado. Em comparação aos outros estados, o RS teve menor crescimento na taxa de letalidade. Temos que equilibrar isso para preparar o Estado para a próxima fase". 

Estudo terá outras três fases

O estudo inédito encomendado pelo governo do Estado e coordenado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) terá outras três fases com o objetivo de identificar a prevalência da Covid-19 e projetar incidência de casos mais graves e até o grau de letalidade da doença. 


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