PGE quer diálogo entre poderes sobre congelamento dos gastos

PGE quer diálogo entre poderes sobre congelamento dos gastos

Discussão está no Supremo Tribunal Federal, após MPE questionar LDO

Luiz Sérgio Dibe

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O procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa, afirmou nesta terça-feira que, embora o Executivo espere uma decisão favorável com relação ao congelamento do orçamento de 2020, determinado pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada na Assembleia, o governo permanece aberto ao diálogo e à tentativa de conciliação com os demais poderes e órgãos autônomos da administração estadual. O impasse ocorre desde agosto, quando o Ministério Público questionou a constitucionalidade da LDO e obteve liminar da Justiça estadual. Em recurso, o Executivo conduziu a discussão para o Supremo Tribunal Federal (STF), que deu prazo para as manifestações das partes envolvidas até a próxima semana.

"O Executivo já apresentou suas razões e não está chamado a se manifestar nesta etapa. Nosso principal fundamento é a defesa da soberania do Poder Legislativo, a quem cabe a atribuição constitucional de deliberar sobre o orçamento. Estamos confiantes de que haverá uma decisão em favor da constitucionalidade do ato legislativo", apontou o procurador-geral.

Cunha da Costa cita uma decisão do Supremo, na qual o ministro Luís Roberto Barroso define, segundo ele, que "a prerrogativa dos poderes de pedir e propor sobre o orçamento não é direito líquido e certo de receber."

Para ele, no entanto, a expectativa por uma decisão em favor da LDO proposta pelo Executivo não exclui a possibilidade de que os poderes voltem a dialogar em busca da convergência sobre as determinações da lei orçamentária desse ano. "Há disposição de dialogar, mas este diálogo deve contemplar a compreensão sobre o problema fiscal do Estado. Até o momento, não encontramos este ponto em comum", comentou.

O procurador-geral recordou a proposta feita pelo governador Eduardo Leite (PSDB) para que o Poder Judiciário concedesse empréstimo de recursos de um fundo administrado pela Justiça estadual, o que não prosperou à época da proposta. "Seria um aporte substancial, que permitiria, por um período, atender parte da reivindicação dos demais poderes. O Executivo restituiria de forma parcelada. Não fechamos nenhuma porta, mas entendemos que temos razão jurídica", concluiu.
 


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