Piratini pretende buscar emendas parlamentares para concluir acessos asfálticos

Piratini pretende buscar emendas parlamentares para concluir acessos asfálticos

Ordem de serviço para acessos de oito municípios foi assinada nesta quinta-feira

Samantha Klein

Prefeitos acompanham assinatura de ordem de início dos trabalhos de ligação asfáltica a oito municípios

publicidade

Fruto de reivindicação antiga, o governador Eduardo Leite assinou a ordem de serviço para a retomada dos trabalhos de asfaltamento de acessos a oito municípios. Prefeitos, vereadores e secretários municipais lotaram o Salão Negrinho do Pastoreio do Palácio Piratini para acompanhar a solenidade nesta quinta-feira. O custo total será de R$ 37 milhões.

Ao todo, o Rio Grande do Sul tem 67 cidades sem acesso asfáltico. Seis desses municípios contam com recursos provenientes de financiamento do BNDES e estão em fase de finalização. No entanto, outros 53 acessos hoje não contam com previsão orçamentária para a realização das obras que são aguardadas há mais de duas décadas. "Uma vergonha", disse secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella. 

Com a falta de recursos para investimentos, a única saída para a conclusão dos trabalhos será a busca por emendas parlamentares provenientes da bancada federal. "Estamos buscando parceria com a bancada gaúcha para investimento em pavimentação de acessos asfálticos. O secretário Costella está elaborando esse material e estamos confiantes de que haverá acolhimento", sustenta Leite.

"Enquanto o Estado estiver gastando seus recursos com a máquina pública, não haverá investimentos públicos", completou. Além disso, o governador defendeu a privatização das rodovias estaduais que estão em processo de licitação e pediu apoio dos prefeitos para que as propostas de reformas, tais como a Previdência no Estado, sejam aprovadas. Segundo ele, sem reformas estruturantes não será possível retomar os investimentos públicos. 

No lote de ligações asfálticas que consta na ordem de serviço assinada hoje, as cidades que serão beneficiadas – Santo Antônio do Palma, São José do Hortêncio, Carlos Gomes, Sério, Muliterno, Sertão Santana, Ubiretama e Sério/Boqueirão do Leão – fazem parte do programa Acessos Municipais, executado pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). As obras já foram licitadas.

Problema antigo

Se por um lado a abertura de rodovias estaduais beneficiou municípios de todo o Estado - atualmente, são 11 mil km de malha rodoviária estadual - os acessos às cidades foram iniciados e interrompidos em várias situações. 

O acesso da ERS-477, entre Carlos Gomes e São João da Urtiga, na região de Erechim, tem 14 km. Entre sucessivos inícios de obras e interrupções, sobram 5 km de acesso sem asfalto. O local tem pedras pontiagudas, buracos e se torna enorme poças de lama quando chove. O prefeito de Carlos Goms, Egídios Moreto, lembra que a população que transita em carros de passeios, a prestação de serviços e o transporte de cargas são prejudicados sem o asfalto no trecho. "Há mais de 20 anos estamos aguardando pelo acesso asfáltico. As empresas fogem daqui porque os serviços de logística são prejudicados. Assim, nossa produção é prejudicada".

A economia de Carlos Gomes é basicamente dependente do setor primário. Nas pequenas propriedades são produzidas soja, milho, leite, frutas e suínos. O caso é semelhante a Muliterno, cidade próxima a Passo Fundo, que foi contemplado neste lote de obras. O vice-prefeito, Dirceu Dalbem, disse que a população aguarda ansiosa pela finalização de 3 km. "Nesses anos de início e interrupção já foi gasto o dinheiro de três obras devido ao desperdício de material", ressalta. "Transportadoras não querem entrar no nosso município porque não há ligação asfáltica. O prejuízo é enorme". 


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895