PL transfere número de urna para Eduardo Bolsonaro e Tiririca ameaça desistir de candidatura

PL transfere número de urna para Eduardo Bolsonaro e Tiririca ameaça desistir de candidatura

Número 2222 deve ser usado pelo filho do presidente neste ano; ex-palhaço afirma que não vota em Jair Bolsonaro, colega de partido

R7

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A Executiva Nacional do PL transferiu o número das urnas 2222, usado nas últimas eleições pelo deputado federal Tiririca (SP), para o colega de bancada Eduardo Bolsonaro (SP). A mudança gerou polêmica, e o ex-palhaço ameaça desistir da candidatura à reeleição no pleito deste ano.

De acordo com o partido, a transferência foi autorizada de forma unânime pelos membros da sigla durante reunião realizada na primeira quinzena deste mês. Tiririca alega que não foi comunicado oficialmente da mudança.

A reportagem apurou que a mudança foi analisada diretamente pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O número, de fácil associação, agora será usado pelo filho do presidente da República, que migrou para a legenda recentemente e também vai buscar a reeleição.

"O presidente (Valdemar) ainda não me comunicou sobre a mudança. A impressão que tenho é de que o partido é similar a uma escola de samba, em que usam os quadros partidários, no caso das escolas as fantasias, e depois descartam. E isso me deixou chateado, é uma falta de respeito", disse Tiririca ao R7.

O parlamentar não falou sobre o assunto com o colega, mas ameaça desistir do pleito eleitoral por se sentir usado. "Eu não quero mais participar da eleição. Se não for com esse número, não quero (me candidatar)", afirma. Questionado, o deputado ainda não informou ao PL sobre a oficial desistência.

Tiririca afirmou também que não votará em Jair Bolsonaro, candidato à reeleição ao Palácio do Planalto. "Eu não tenho nada contra ele (Eduardo Bolsonaro), mas votar no pai dele, o presidente, também não voto. Nunca votei e não vou votar. A minha satisfação é com o partido e com o povo que me elegeu", destacou.

Por enquanto, Tiririca não pretende levar a questão aos tribunais e disse esperar a "justiça de Deus". O ex-palhaço foi eleito deputado federal pela primeira vez com 1,3 milhão de votos, o mais votado no país na ocasião, e acabou garantindo mais quatro cadeiras para sua coligação nas eleições de 2010. No pleito seguinte, em 2014, o político angariou 1 milhão de votos. Em 2018, obteve quase 500 mil votos. Agora, teme que seus votos migrem para o filho do presidente.

O R7 tentou falar com o deputado Eduardo Bolsonaro, mas não obteve retorno. 


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