Porto Alegre tem ato no Parcão a favor de Bolsonaro e contra Congresso e STF

Porto Alegre tem ato no Parcão a favor de Bolsonaro e contra Congresso e STF

Participantes mantiveram manifestação, apesar de recomendações contra aglomerações pelo coronavírus

Luiz Sérgio Dibe

Grupo ocupou área sob passarela na Goethe

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Mesmo com os alertas de saúde sobre os riscos para transmissão do coronavírus, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro reuniram-se, neste domingo em Porto Alegre, no trecho da avenida Goethe ao lado do Parcão, para defender o governo, suas ações e posicionamentos sobre os demais poderes. A atividade foi conduzida durante parte da tarde por lideranças de partidos políticos e de movimentos civis como o MBL e a Banda Louca Liberal, que eram convidadas a discursar do alto do veículo equipado com amplificadores de som.

"Temos que defender o presidente, pois finalmente temos um governante e um time de ministros que representam os nossos valores conservadores. Somos bolsonaristas e somo olavistas (alusão ao ideólogo Olavo de Carvalho) com muito orgulho", dizia um dos locutores, chamando as pessoas, em grande parte vestidas com as cores verde e amarela, a se aproximarem do caminhão para ouvir os discursos. 

Ao longo da via, que teve o trânsito de automóveis interrompido no trecho entre a rua Mostardeiro e a passarela de concreto que liga o setor paisagístico do Parque às quadras esportivas, participantes conduziram cartazes e faixas com declarações de apoio a Bolsonaro e com críticas ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ao presidente do Senado David Alcolumbre (DEM-AP). "Chantagistas, querem roubar o orçamento" e "Comuna Vírus: fora Maia e Alcolumbre" eram alguns dos dizeres. Outro alvo dos protestos era o Supremo Tribunal Federal (STF). Sem citar nomes de ministros da Corte, frases afirmavam que o "STF é um puxadinho do PT" e "STF: pare de sabotar meu país".

Presente no ato, o deputado estadual Ruy Irigaray (PSL-RS), fez críticas aos colegas da que fazem uso de emendas parlamentares para destinar recursos ao atendimento de demandas regionais em suas bases eleitorais. "Emendas parlamentares são o câncer do Brasil e ampliam a disputa pelo orçamento. Tenho defendido que é preciso abrir mão desse recurso e também do dinheiro do Fundo Eleitoral para enfrentarmos o toma-lá-dá-cá na política", apontou.

Irigaray também defendeu a facilitação do acesso a armas de fogo como meio de proteção pessoal. "Quando falo em armas, estou falando de liberdade, estou falando sobre o direito de andar tranquilo pelas ruas", discursou. Em seguida, do caminhão, manifestantes entoaram canção exaltando o direito à posse de armamento. "Olê, olê. Quero uma arma para poder me defender", diz a letra da música.

Convidado a se pronunciar, o deputado estadual Eric Lins, líder da bancada do DEM na Assembleia Legislativa gaúcha, elogiou a postura do presidente Jair Bolsonaro e de seu guru político Olavo de Carvalho em críticas contra atitudes do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. "Muita gente na atual cena política cresceu em cima do Olavo e do Bolsonaro. Surrupiaram a popularidade e, agora, dão as costas", analisou.

Lins disse considerar que o Congresso prejudicou os objetivos do presidente e de seus apoiadores ao produzir alterações na Reforma da Previdência para atender a solicitações de setores da sociedade que reivindicavam que o texto fosse ajustado em seus impactos sociais. "Tiraram R$ 200 bilhões da reforma", quantificou. Além das manifestações políticas, os organizadores também utilizaram o equipamento de som para pedir atenção dos participantes da atividade para intensificarem os cuidados com a saúde, em decorrência da circulação do novo coronavírus, destacando a necessidade da adoção de hábitos pessoais de higiene, como a limpeza frequente das mãos.
 


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