Pré-candidato à presidência, Aldo Rebelo defende ruralistas e militares

Pré-candidato à presidência, Aldo Rebelo defende ruralistas e militares

Ex-ministro dos governos Lula e Dilma, político ressaltou a importância da democracia

Flavia Bemfica

Ex-ministro dos governos Lula e Dilma, político ressaltou a importância da democracia

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Com um discurso recheado de críticas à reforma trabalhista, aos índices de desemprego e à privatização de estatais, o pré-candidato à presidência da República do Solidariedade, Aldo Rebelo, defendeu na manhã desta sexta-feira em Porto Alegre a importância da educação e da redução das desigualdades para a retomada do crescimento. E assinalou a importância da democracia e da política como meio para que a população resolva “suas diferenças.”

“Não acho que o Brasil não possa se dividir. O que não pode é se dividir em torno das causas erradas, danosas.” As declarações foram feitas durante evento realizado com sindicalistas na sede do Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre (Sindec), onde Rebelo deu início a uma agenda pelo Estado que se estenderá até a próxima segunda-feira.

Rebelo, ministro em quatro diferentes pastas durante os governos Lula e Dilma, que durante 40 anos integrou os quadros do PCdoB, migrou para o PSB em 2017 e, neste ano, foi para o Solidariedade devido principalmente à sua divergência em relação à candidatura de Joaquim Barbosa à presidência, mostrou sua capacidade de diálogo ao defender para a plateia ruralistas e militares. “Não devemos julgar o homem do campo pelo que ele pensa, mas pelo que ele faz. Tem uma democracia que não é aquela que a classe média fala, mas que é a que o pobre valoriza: o direito de comer de manhã, de tarde e de noite. E, nessa democracia, o campo ajuda.”

Ministro da Defesa no período mais conturbado do governo Dilma, entre o final de 2015 e maio de 2016, Rebelo também exaltou o papel que os militares desenvolvem na defesa e em ações que denomina “de construção” do país, aproveitando para mandar um recado a ativistas e setores à esquerda e à direita. “Quando milhões de nordestinos estão morrendo de sede, é um menino, um tenente, um sargento do Exército em um caminhão, que levam água. Não tem uma ONG que vá levar água para o sertanejo que está morrendo de sede. As ONGs estão é na Amazônia atrás do que tem embaixo do nosso subsolo.”

Em diferentes momentos, o pré-candidato assinalou a importância da manutenção das regras do jogo democrático. Disse que para a “população pobre e o povo” restaram poucos espaços para “mudar seu destino”. E apontou o voto com um destes espaços. “Mas democracia não é só ir de quatro em quatro anos votar para presidente. Democracia é você respeitar os outros. Há pouco uma caravana com dois ex-presidentes foi recebida a bala em uma cidade. Depois, um general apanhou de um militante de esquerda em uma universidade no Rio de Janeiro. É isso que vamos fazer? Resolver as coisas a bala? Ora, a justiça no Brasil não é uma instituição privada onde cada um resolve as coisas da sua forma.”

O ex-ministro também avaliou que, respeitadas as regras do jogo, todos os que desejarem têm o direito de participar da disputa eleitoral, e exemplificou de forma objetiva. “Hoje eu veto o Luizão, digo: você não pode. Aí, amanhã, chega alguém e me diz: você não pode também, porque eu não quero. Não é assim que funciona. Com obediência às regras do jogo, discuto com qualquer um, todos têm direito. Por isso, não veto ninguém, nem o Bolsonaro.”

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