Presidenciáveis debatem a crise do Brasil no 31º Fórum da Liberdade

Presidenciáveis debatem a crise do Brasil no 31º Fórum da Liberdade

Jair Bolsonaro não compareceu ao evento que ocorreu no Centro de Eventos da PUCRS

Heron Vidal

Presidenciáveis debatem a crise do Brasil no 31º Fórum da Liberdade

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Ao reunir candidatos à presidência, em seu primeiro dia, o 31º Fórum da Liberdade conquistou presença maciça de público, estudantes, empreendedores e parlamentares. O auditório do Centro de Eventos da PUCRS ouviu as propostas de Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Henrique Meirelles (MDB), Ciro Gomes (PDT), João Amoêdo (Novo), e Flávio Rocha (PRB). Jair Bolsonaro PSC) não compareceu ao evento. Todos fizeram diagnóstico de crise e se comprometeram, em discurso, a salvar o Brasil. A insegurança, desemprego, defesa do livre mercado, sustentabilidade e críticas à esquerda, foram temas da pauta dos candidatos.

Primeiro a falar, Amoêdo defendeu o fim do Estatuto do Desarmamento, privatização de estatais, diminuir e simplificar os tributos, combater o crime organizado e colocar mais o dinheiro na mão do cidadão e não do Estado. Ele afirmou que o Brasil tem 61 mil homicídios por ano e que o peso financeiro do Congresso é de R$ 29 milhões por dia, enquanto 13% da população economicamente ativa está desempregada. "O Brasil é um país disfuncional onde 45 mil pessoas fórum privilegiado", criticou.

Segundo a falar, Henrique Meirelles disse que sua proposta ao Brasil é feita em cima de resultados e não de propostas que podem não trazer resultados. Sem modéstia, ele disse que tirou o País da recessão. Meirelles apontou que enfrentou e reverteu para o crescimento a "maior crise da história da economia do Brasil, maior que a de 1929". Para o ex-ministro da Fazenda o que está em jogo é mostrar resultados, "O Brasil precisa de gestão", o que segundo ele aconteceu na sua gestão. Citou como um trunfo, a reforma trabalhista e voltou a defender a reforma da previdência

Flávio Rocha abriu seu pronunciamento defendendo o capitalismo. "É o melhor sistema de geração de riquezas", afirmou. "Mas só por meio da liberdade da economia será possível tornar a inclusão algo real". Ele ainda atacou a esquerda. "Essas ideias estão falidas e enterradas a mil metros de profundidade", disse. Acha um desafio sério, mas se dispôs a vencer a "aristocracia burocrática que se apropriou de 50% da produção nacional e cerceou a sabedoria suprema do livre mercado". Rocha disse ter um medo: "Do marxismo cultural e sua prática de bagunçar parra dominar"

O candidato do PDT, Ciro Gomes também falou da criminalidade. "São 64,7 mil homicídios ocorridos nos últimos 12 meses dos quais só 8% foram investigados". Ele falou que 60 milhões de brasileiros estão endividados, ou na Serasa ou no SPC, e defendeu um projeto nacional sustentado nos complexos industriais do petróleo/gás, saúde, agronegócio. O Brasil, falou, gasta R$ 50 bilhões por ano em importações na área da saúde, gasta 40% dos ganhos do agronegócio também com importações e na área da defesa consome R$ 20 bilhões "gerando empregos no estrangeiro".

Já Marina Silva ressaltou a diversidade e o potencial do Brasil, onde estão 12% da água do planeta, 22% dos espécimes vivos, mais de 200 povos, base tecnológica razoável e uma agricultura que mantém a balança comercial. De acordo com ela, esses dados mostram que a nação tem saída e a sua ação irá explorar o crescimento aproveitando essa riqueza. O PIB, conforme ela, subiu 1% no ano passado, mas a agricultura foi a 10%, acentuou ela. Marina defendeu a recuperação do sentido sagrado da frase de São Francisco de Assis, "é dando que se recebe, que foi transformada numa falcatrua". Criticou os contrários ao Bolsa Família. "O programa é 0,5% do PIB, mas o bolsa empresário são 5% do PIB re ninguém diz nada". Se ganhar, disse, vou governar com os melhores do PSDB, do PMDB, do PT, do PDT e demais.

Ao público de 2,8 mil pessoas, dentro do auditório, e mais de 1 mil fora, entre os prédios 40 e 41 da PUCRS, Geraldo Alckmin (PSDB) falou do Brasil que um dia teve crescimento de taxas de até dois dígitos, entre os anos 1930 e 1950, e que depois parou. "Ficou caro, cartorial e ineficiente, com 150 estatais, sem infraestrutura nem capacidade de investimento, onde se trabalha cinco meses só para sustentar o governo", disse.

Entre as suas propostas, ele se comprometeu em mudar isso com uma agenda de crescimento com a União Europeia, Mercosul, países do Pacífico e grandes potências. Também enfatizou que combaterá duramente o narcotráfico, tráfico de armas e a criminalidade. "Sou contra a legalização do uso de qualquer tipo de droga, mas devemos estender a mão ao dependente químico. O Brasil é o segundo do mundo em consumo de crack e cocaína", declarou.

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