Presidente da Câmara aguarda requerimento por sessão extraordinária antes da votação de projetos

Presidente da Câmara aguarda requerimento por sessão extraordinária antes da votação de projetos

Pacote de transportes afeta as categorias dos rodoviários e dos motoristas de aplicativo

Eduardo Amaral

Presidente da Casa, Reginaldo Pujol, espera por requerimento por sessão extraordinária

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Após a passeata de rodoviários e motoristas de aplicativos, categorias diretamente afetadas pelo pacote de transporte sugerido pela prefeitura de Porto Alegre, as atenções ficaram voltadas para a votação na Câmara de Vereadores, agendada para a manhã desta quinta-feira. No entanto, após verificações de quórum, o presidente da Casa, Reginaldo Pujol (DEM), decidiu esperar até as 14h para ver novamente a presença de vereadores para tentar analisar os projetos e votá-los. Para a votação ter início, porém, será preciso um requerimento com 18 assinaturas solicitando a realização de uma sessão extraordinária. A partir daí, os trabalhos poderão ser abertos a partir das 15h. 

Num primeiro momento, os vereadores não deram quórum, obrigado o presidente Pujol a convocar uma nova chamada às 10h30min. Presente no local, o vereador Ricardo Gomes (PP), conhecido por apoiar o governo do prefeito de Nelson Marchezan Júnior, classificou o texto do executivo municipal como um "projeto mal escrito". Ele disse que votará contra as medidas que criam tarifas. 

A posição de Gomes é muito semelhante ao que pensam os opositores, que também classificam a forma como os projetos chegaram à Câmara e a falta de articulação com o Legislativo. Mais tarde, após a nova verificação de quórum, Pujol decidiu reunir os líderes. 

Enquanto o encontro foi realizado a portas fechadas, o secretário extraordinário de Mobilidade Urbana, Rodrigo Tortoriello, chegou a conversar com cobradores presentes nas galerias da Câmara e repetiu a frase: "me ajuda construir uma proposta", acenando com a possibilidade de emendas. 

 

O pacote 

O pacote com cinco projetos que alteram radicalmente o transporte público de Porto Alegre é classificado pelo Governo como uma necessidade de ação. Gestado desde maio de 2019, as medidas impactam diretamente na tarifa e visam dividir mais a conta com a população. Para isso, as propostas incluem criação de novas taxas voltadas aos motoristas e empresas de aplicativo de carros, até uma mudança no sistema da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).

O secretário Tortoriello detalhou no início desta semana o plano e como ele foi pensado. O secretário afirmou que a elaboração de uma nova matriz tarifária surgiu no primeiro semestre do ano passado, quando o prefeito Nelson Marchezan Júnior pediu que ele encontrasse uma forma de reduzir R$ 1 o preço da passagem.

Com as medidas apresentadas na segunda-feira, e que podem ser votadas nesta quinta e sexta-feira em sessão extraordinária da Câmara de Vereadores, a gestão municipal projeta que a tarifa do ônibus seja de R$ 2 a partir de 2021 e não sofra nenhum reajuste neste ano.

Duas das medidas são as mais polêmicas: a que propõe taxação das corridas de aplicativos e a cobrança para motoristas que venham de outras cidades. Sobre a taxação dos aplicativos, Tortoriello afirmou não temer que a medida tire a competitividade ou inviabilize o negócio. Ele garante que não serão os profissionais os responsáveis por pagar R$ 0,28 por quilômetro rodado, mas, sim, as empresas. 


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