Presidente do Legislativo do RS defende regionalização do saneamento

Presidente do Legislativo do RS defende regionalização do saneamento

De acordo com Gabriel Souza, pauta tem que ser discutida antes de eventual privatização da Corsan

Cláudio Isaías

De acordo com Gabriel Souza, pauta tem que ser discutida antes de eventual privatização da Corsan

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Antes de uma eventual privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), o Rio Grande do Sul deve definir as unidades regionais de saneamento. O serviço de saneamento tem um contexto macro, ou seja, ele não pode ser tratado como se fosse algo exclusivo de uma localidade. A avaliação foi feita pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gabriel Souza, que nesta quinta-feira participou na reunião da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs) que tratou do tema Marco Regulatório do Saneamento e o debate sobre a regionalização na Assembleia Legislativa.

"Precisamos no Estado de um projeto regionalização do saneamento antes mesmo da privatização. Não queremos proteger a Corsan, mas sim resolver o problema do saneamento estadual", destacou. Conforme Souza, o projeto de regionalização do saneamento deveria ser votado antes de uma eventual privatização. "Os municípios e a sociedade querem saber onde vão atuar as companhias e como será o processo de prestação do serviço único nas unidades regionais de saneamento", ressaltou.

O deputado afirmou que tem muitas discordâncias e dúvidas sobre o novo Marco Legal do Saneamento Básico sancionado pelo governo federal. O principal objetivo da legislação é universalizar e qualificar a prestação dos serviços no setor. A meta do governo federal é alcançar a universalização até 2033, garantindo que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% ao tratamento e a coleta de esgoto. 

"É uma meta ousada e faltam apenas 11 anos. Além de demandar bilhões de investimentos", acrescentou. Conforme Souza, foi encaminhado um ofício ao governador Eduardo Leite indicando a a elaboração de um projeto de lei que criasse unidades de saneamento compartilhadas. "A regionalização busca uniformizar o planejamento, a regulação e a fiscalização dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário", explicou.

A reunião da Sergs, por videoconferência, contou com as presenças do presidente da Sergs, Walter Lídio Nunes, e do presidente do Conselho da Sociedade de Engenharia, Luiz Roberto Ponte. 

Para o presidente da Assembleia Legislativa, o diálogo com os prefeitos é fundamental para a construção da melhor alternativa para suas cidades e para a população. “Abrimos este canal de comunicação para que os deputados estaduais e o governo do Estado ouçam os prefeitos, que têm uma série de objeções que precisam ser consideradas. Temos diferentes cenários e contextos dentro das regionais e, consequentemente, precisamos encontrar soluções equilibradas para todas”, explicou.

Hoje, 35 milhões de pessoas no país não têm acesso à água tratada e mais de 100 milhões não contam com serviços de coleta de esgoto. A meta, com o Marco Legal do Saneamento Básico, é garantir o atendimento de 99% da população com água potável e de 90% com tratamento e coleta de esgoto até 31 de dezembro de 2033.  A expectativa é que a universalização dos serviços de água e esgoto reduza em até R$ 1,4 bilhão os custos anuais com saúde, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Além disso, a cada R$ 1,00 investido em saneamento, deverá ser gerada economia de R$ 4 com a prevenção de doenças causadas pela falta do serviço, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O novo marco regulatório também prevê acabar com os lixões a céu aberto em todo o país. 


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