Presidente eleito da Famurs defende adiamento das eleições municipais

Presidente eleito da Famurs defende adiamento das eleições municipais

Prefeito admite que mudança pode ser usada como argumento depois de 2020

Flavia Bemfica

Prefeito de Taquari, Maneco Hassen, foi eleito presidente da Famurs

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Eleito nesta sexta-feira novo presidente da Famurs para a gestão 2020/2021, à frente de uma chapa de consenso, o prefeito de Taquari, Emanuel Hassen (PT), está entre os que consideram inevitável o adiamento das eleições municipais de 2020. Hassen, que é vice-presidente da entidade na administração que está chegando ao fim, disse que a gestão atual já tinha posição pelo adiamento e que a que tomará posse em 8 de julho vai intensificar a discussão, de forma a se posicionar sobre o prazo.

“Com o aprofundamento dos debates no Congresso e a posse do ministro Luís Roberto Barroso na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), este tema vai se impor”, assegura. Barroso toma posse no TSE na próxima segunda-feira, 25.

Particularmente, Hassen defende que as eleições municipais só ocorram “depois que a pandemia passar.” “Sabemos que as disputas municipais são muito acirradas. No momento da maior crise pela qual o país já passou em muitos anos, não dá para fazer eleição. Além disto, pelas próprias condições impostas pela pandemia, mantidos os prazos iniciais, o debate e o contato com os eleitores seriam totalmente prejudicados”, justifica.

O prefeito cita a proposta que prevê um adiamento do pleito para dezembro deste ano e a que espicha os mandatos dos atuais gestores municipais até 2022, com realização de novas eleições nas cidades em conjunto com as eleições gerais, mas não detalha sua preferência.

Questionado sobre se o alongamento dos mandatos dos prefeitos não abre um precedente importante, de forma a que o presidente da República e governadores também possam pleitear a ampliação dos mandatos atuais, o petista diz que isto precisa estar no radar. “Não me surpreendo mais com qualquer proposta que possa vir da presidência da República, especialmente alguma que possa estender o mandato do presidente.”

A possibilidade de que parte dos governadores e congressistas e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentem se valer do adiamento das eleições de 2020 como base para novas extensões de mandatos, seja sob o argumento dos reflexos da crise do coronavírus, seja para a manutenção de intervalos entre as eleições municipais e gerais, já é considerada entre os políticos e juristas que avaliam o tema.

Sobre o que a Famurs vai priorizar na próxima administração, o petista disse que as posições da entidade continuam as mesmas, e que o mais importante será desenvolver iniciativas que auxiliem os gestores a enfrentar as crises social e econômica que sucederão a sanitária.


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