Procuradoria determina abertura de inquérito para investigar chefe da Secom de Bolsonaro

Procuradoria determina abertura de inquérito para investigar chefe da Secom de Bolsonaro

MPFederal aceitou representação da PFDC, que acusou Fabio Wajngarten de direcionar dinheiro para sites ideológicos e promover censura a veículos críticos ao governo

AE

Wajngarten reagiu à abertura do inquérito pelas redes sociais

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O Ministério Público Federal determinou a abertura de inquérito para investigar o secretário de comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, por direcionar verbas do governo para sites ideológicos. O ato atende representação da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), que acusou o chefe da Secom de improbidade administrativa e promover censura a veículos críticos do Planalto.

A representação contra a Secom afirmou que o direcionamento promove "distribuição arbitrária e discriminatória da publicidade oficial’ e que isso teria ‘impacto na liberdade de expressão e de imprensa de uma forma geral, pela potencialidade de inibição de reportagens investigativas e críticas sobre a atual administração, o que significa censura, ainda que por outros métodos".

Ao pedir a abertura do inquérito, a PFDC cobrou adoção de providências para que a Secom se abstenha de selecionar anunciantes para veiculação de publicidade oficial "em razão de afinidades ideológicas". A Procuradoria também cobrou a adoção de medidas que impeçam a retaliação, por parte do governo, a grupos de mídia críticos à gestão Bolsonaro.

Outras medidas cobradas pela PFDC incluem a criação de um site para a divulgação dos gastos com publicidade oficial do governo e ordem para que a Secom seja impedida de realizar declarações, por seus agentes, que caracterizem "censura indireta", como ameaças de restrições de concessões e convocação de boicotes.

Com a palavra, Fabio Wajngarten

Wajngarten reagiu à abertura do inquérito pelas redes sociais. “Espero que órgãos fiscalizadores e de concentração de mercado atuem de forma rígida na conduta de veículos de comunicação que por mecanismos notoriamente classificados como crimes recebem mais de 90% das verbas privadas enfraquecendo a democracia”, afirmou.

Com a palavra, a Secom

A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República não direciona a alocação de investimentos publicitários a qualquer veículo.

Há transparência na destinação das verbas de campanhas institucionais bem como os critérios técnicos adotados para a escolha dos meios e dos veículos.


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