PT confirma Miguel Rossetto ao governo do RS

PT confirma Miguel Rossetto ao governo do RS

Para vice, foi anunciada a vereadora de São Leopoldo Ana Afonso

Luiz Sérgio Dibe

Vereadora Ana Afonso e Miguel Rossetto serão os candidatos ao Piratini pelo PT

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O Partido dos Trabalhadores (PT) oficializou o ex-ministro Miguel Rossetto como seu candidato ao governo do Estado e referendou o nome do senador Paulo Paim como candidato à reeleição. O PT também apontou a ex-deputada estadual Ana Afonso (PT) como vice de Rossetto, mas mantendo a expectativa de substituí-la por uma indicação do PCdoB, consolidando a composição que tem sido pretendida há semanas pelos dirigentes petistas.

O encontro ocorreu no salão de festas do Clube do Comércio, no coração da Capital, e prenunciou o estilo de campanha que a sigla irá empreender. “Nossa missão é combater a elite dos atrasos, responsável pelo empobrecimento do povo brasileiro e pelo que representa o indicador terrível que é o aumento da mortalidade infantil”, apontou o candidato petista.
Miguel Rossetto subiu ao palco do antigo salão ao lado dos ex-governadores Tarso Genro (PT) e Olívio Dutra (PT).

Comparou as passagens dos petistas com seus antecessores no comando do Palácio Piratini. “Quando Antônio Britto (MDB) governou e negociou a dívida do Estado, deixou os resultados da dívida que conhecemos, e aí os gaúchos elegeram Olívio Dutra (PT). Quando Yeda Crusius (PSDB) governou, suas decisões abriram caminho para a eleição de Tarso Genro (PT)”, citou.

Rossetto afirmou que sua proposta busca enfrentar o modelo implantado pelo atual governo emedebista. “Vamos interromper o ciclo de destruição da estrutura de Estado implementada por José Ivo Sartori. Meu primeiro ato como governador será assegurar meios de pagar salários em dia a todos que trabalham para o Estado. É inaceitável, intolerável que um trabalhador, policial, brigadiano ou professor, termine um mês trabalhado sem saber quando vai receber e quanto terá disponível para cumprir as obrigações de sua família. Nossa visão de desenvolvimento é de geração da riqueza pelo trabalho e emprego, sem vender o patrimônio público construído por décadas pela sociedade gaúcha”, indicou o ex-ministro dos governos de Dilma Rousseff e Lula.

Rossetto falou sobre apoio à agricultura e sobre a necessidade de recuperação das atividades no polo naval da Região Sul do Estado. Afirmou que houve renúncia pelo governo Sartori desta estratégia de desenvolvimento. “Quero liderar um movimento pelo fortalecimento da indústria, através da vocação consolidada no polo petroquímico e na vocação do Estado para a geração de energia renovável”, mencionou.

O candidato petista também declarou compromisso com o enfrentamento da dívida pública e com a cobrança de créditos da Lei Kandir. “Sartori quer renegociar a dívida gaúcha por 30 anos. Nem os países que perderam guerras ficaram tanto tempo em dívida com seus credores”, comparou.

Apesar da oficialização de Ana Afonso como vice, nos bastidores lideranças petistas mantém a expectativa de um acerto com o PCdoB que conduza a comunista Abigail Pereira para ser vice de Rossetto, observando definições nacionais que deverão ocorrer nos próximos dias. No sábado, o PCdoB confirmou a candidatura da ex-secretária estadual do Turismo ao governo do Estado, em convenção realizada na Capital, com presença da candidata à presidência pela sigla, deputada estadual Manuela D'Ávila. “O Brasil está diante de dois projetos nestas eleições. De um lado estão aqueles que defendem o Estado mínimo. De outro lado, estão os que acreditam que a presença do Estado é fundamental para constituir o desenvolvimento e o combate às desigualdade”, apontou Manuela. Conversas entre as siglas prosseguirão durante a semana.

Em entrevista ao Correio do Povo, em julho, Rossetto já havia afirmado que, se eleito, priorizará a recuperação financeira do Estado. "O atual governo erra muito e aprofunda a crise ao se concentrar apenas no que definiu como ajuste das contas. O Rio Grande do Sul precisa voltar a crescer e o seu governador tem que trabalhar para proteger a economia estadual. O Estado ajustado é aquele que paga salários em dia, tem educação pública de qualidade e um sistema de segurança pública que funciona", ressaltou na época.

Convenção nacional

Na convenção nacional do partido, realizada no sábado,o PT escolheu, por aclamação, o nome de Luiz Inácio Lula da Silva para ser o candidato à Presidência da República. Não foi definido quem será o vice-presidente na chapa de Lula. O encontro também homologou o apoio do PCO e do PROS à candidatura do PT.

O ator Sérgio Mamberti leu uma carta escrita por Lula, onde ele afirmou que "querem fazer uma eleição presidencial de cartas marcadas, excluindo o nome que está à frente na preferência popular em todas as pesquisas".

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