"Queiroz cuida da vida dele e eu da minha", diz Bolsonaro, em Pequim

"Queiroz cuida da vida dele e eu da minha", diz Bolsonaro, em Pequim

Áudio divulgado hoje aponta influência do ex-assessor no Congresso mesmo depois de escândalo

AE

Bolsonaro afirmou que não fala com Queiroz desde escândalo envolvendo movimentações atípicas

publicidade

Em viagem à China, o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse desconhecer áudio divulgado nesta quinta-feira envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor de um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). "Eu não sei dessa informação. Por favor, o Queiroz cuida da vida dele, eu da minha. A minha preocupação aqui, para não acabar a entrevista de vocês (jornalistas), é tratar de questões que envolvem interesse de todos nós brasileiros", disse à imprensa após jantar com empresários em Pequim.

Ao ser indagado sobre a divulgação do áudio novamente, o presidente afirmou que "não está sabendo". "Quando esse áudio veio à tona?", questionou Bolsonaro. "Não sei, desconheço. Não falo com o Queiroz desde quando aconteceu esse problema", afirmou sobre as suspeitas do ex-assessor atuar na prática da chamada rachadinha durante período em que trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, entre 2007 e 2018.

Áudio de WhatsApp obtido pelo jornal O Globo e divulgado nesta quinta-feira mostra que, mesmo depois do escândalo, Fabrício Queiroz continua tendo influência sobre indicações para cargos. "Tem mais de 500 cargos, cara, lá na Câmara e no Senado", diz Queiroz no áudio. "Pode indicar para qualquer comissão ou, alguma coisa, sem vincular a eles em nada. ' Vinte continho' aí para gente caía bem pra c*."

De acordo com a publicação, a mensagem foi enviada por Queiroz em junho - seis meses depois que o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o ex-assessor foi citado em relatório do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) por movimentações atípicas em sua conta. De janeiro de 2016 a janeiro de 2017, Queiroz movimentou em uma conta mais de R$ 1,2 milhão, quantia considerada incompatível com a renda do então assessor. Ele trabalhava para Flávio, oficialmente, como motorista. 


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895