“Quem irá sofrer com a reforma trabalhista é a OAB”, diz ex-ministro do Trabalho de Sarney

“Quem irá sofrer com a reforma trabalhista é a OAB”, diz ex-ministro do Trabalho de Sarney

Almir Pazzianotto comemora mudanças após “70 anos de erros” da CLT

Correio do Povo e Rádio Guaíba

Almir Pazzianotto comemora mudanças após “70 anos de erros” da CLT

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O ex-deputado estadual pelo Movimento Democrático Brasileiro, partido que deu origem ao PMDB, ex-advogado do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista e ex-ministro do Trabalho no governo José Sarney, Almir Pazzianotto, de 80 anos, comemorou em entrevista ao programa Agora, da rádio Guaíba, a reforma trabalhista aprovada na última terça-feira no Senado. Entretanto, Pazzianotto considera as alterações na lei brandas para as necessidades que o país enfrenta.

“Foi uma grande vitória para o governo Michel Temer. Foi uma grande vitória para os trabalhadores. É uma grande vitória para o empresariado e para a economia. Não é a reforma ideal porque a CLT acumula mais de 70 anos de existências e de erros. De sorte, para uma reforma completa precisará de muito tempo e muito apoio político. A aprovação integral do projeto sinaliza positivamente para o Brasil e para o exterior. Talvez, com isso, se readquira uma parte da confiança e ocorram investimento que venham gerar empregos”, declarou Pazzianotto.

Segundo o ex-ministro do Tribunal Superior do Trabalho, formado em 1960 pela Universidade Católica de Campinas, quem mais irá perder com as alterações serão os “jovens advogados”. Para ele, a Justiça do Trabalho terá que se adaptar aos “novos tempos, aceitar a reforma e não se contrapor” as mudanças.

“Quem perde com a Reforma Trabalhista é a OAB, a Ordem dos Advogados do Brasil. Porque vamos ter uma diminuição sensível do número de reclamações trabalhistas, que hoje é o principal mercado de trabalho, sobretudo, para advogados iniciantes. As centrais sindicais não representam nada e ninguém.

Ao ser questionado pelo apresentador Felipe Vieira sobre quais os ganhos que os trabalhadores terão com as novas leis trabalhistas, Pazzianotto passou a atacar as centrais sindicais e os sindicatos, que não estariam preocupados com o crescimento da economia. Segundo ele, as organizações sociais são “agrupamentos de pelegos (sindicalistas ligados aos donos dos meios de produção) que vivem exclusivamente do imposto sindical e da baderna que provocam nas ruas”.

“Quando digo que o trabalhador ganha é porque eles não são mantidos pela legislação trabalhista, mas é pelo mercado de trabalho. Quanto mais forte a economia, quanto mais desenvolvida ela for, quanto maior a oportunidades de empregos houver melhor para os trabalhadores. Desde que haja um equilíbrio relativo entre oferta e procura, teremos até a possibilidade do aumento no salário real”, concluiu.

O projeto de lei da reforma trabalhista aprovada por 50 votos a favor, 26 contrários e uma abstenção. Como não sofreu alterações no plenário do Senado, o PLC 38/2017 segue agora para a sanção do presidente Michel Temer. A lei passará a valer 120 dias após a sanção.

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